Videoaula: Artérias do pâncreas, duodeno e baço
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Olá pessoal! Aqui é Amanda, do Kenhub, e bem-vindo à nossa videoaula sobre as artérias do pâncreas, duodeno e baço. Nesta videoaula, vamos estudar o trajeto que o sangue oxigenado percorre para ...
Leia maisOlá pessoal! Aqui é Amanda, do Kenhub, e bem-vindo à nossa videoaula sobre as artérias do pâncreas, duodeno e baço. Nesta videoaula, vamos estudar o trajeto que o sangue oxigenado percorre para alcançar e irrigar esses órgãos. Primeiro, vamos fazer uma revisão rápida das principais partes desses órgãos, e de como eles estão relacionados entre si e com outras estruturas vizinhas.
Depois, vamos nos aprofundar nas artérias para aprender como esses órgãos recebem seu suprimento sanguíneo. Ao estudar os órgãos, vamos começar com o baço, depois vamos para o duodeno e suas quatro partes, assim como algumas características internas.
Depois vamos seguir para o pâncreas e identificar suas principais partes também. Quando passarmos para o suprimento sanguíneo, vamos começar com o suprimento arterial do baço, seguir para o tronco celíaco e ver como ele
contribui com a irrigação de todos esses três órgãos através dos seus vários ramos.
Vamos então dar uma olhada na artéria mesentérica superior para ver como ela contribui para irrigar alguns desses órgãos e, para finalizar, vamos juntar todas essas artérias que identificamos para realmente entender a irrigação sanguínea do duodeno. E, finalmente, vamos dar uma olhada no suprimento arterial do pâncreas.
Nesta imagem estamos vendo a cavidade abdominal vista de frente. O fígado, com os seus lobos direito e esquerdo, está sendo tracionado superiormente. O estômago foi retirado, e podemos ver a sua borda proximal cortada aqui e a sua borda distal cortada aqui, onde ele se encontraria com o duodeno. Assim ficamos com uma visão bem clara dos órgãos nos quais estamos interessados - o baço, o duodeno e o pâncreas.
Vamos começar com o baço. O baço é o maior órgão imunológico do corpo. Podemos vê-lo destacado em verde. Ele se localiza dentro do peritônio, na região superior esquerda do abdome, entre a nona e a décima-segunda costelas. Nós também podemos chamar esta região de hipocôndrio esquerdo do abdome. Anteriormente ao baço está o estômago, que foi removido nesta imagem.
Posteriormente e lateralmente está a convexidade do diafragma. No aspecto medial do baço podemos encontrar, como podemos ver aqui, a cauda do pâncreas, próxima ao hilo do baço. O duodeno, que está destacado nesta imagem, é a primeira parte do intestino delgado, seguido pelo jejuno e pelo íleo.
O alimento passa através do esfíncter piloro do estômago para entrar no duodeno e seguir o processo de digestão. O duodeno pode ser dividido em quatro partes. A primeira parte, destacada aqui em verde, é conhecida como parte superior; a segunda, destacada agora, é conhecida como parte descendente; a terceira parte, bem aqui, é conhecida como parte horizontal; e, finalmente, a quarta parte é conhecida como parte ascendente do duodeno.
Agora vamos dar uma olhada um pouco mais de perto na parte descendente do duodeno. Na segunda parte, ou parte descendente do duodeno, existem aberturas por onde saem enzimas digestivas secretadas tanto pelo pâncreas quanto pelo fígado. Nesta imagem estamos vendo o duodeno um pouco mais de perto.
As partes superior e descendente foram abertas para mostrar as suas características internas. A abertura menor que você vê aqui é chamada de papila duodenal menor, e permite a abertura do ducto pancreático acessório para dentro do duodeno. A abertura maior e mais distal que pode ser vista aqui é a papila duodenal maior.
A papila duodenal maior é a abertura onde o ducto biliar comum e o ducto pancreático principal desembocam no duodeno. Vamos ver mais tarde que a papila duodenal maior serve como um ponto de referência para uma mudança da irrigação arterial do duodeno.
Finalmente, vamos dar uma olhada no pâncreas. O pâncreas é um órgão abdominal único que tem uma função tanto endócrina quanto exócrina. Ele está localizado posteriormente ao estômago no espaço retroperitonial, exceto por sua cauda, que se comunica com o aspecto medial do baço.
Macroscopicamente, podemos dividir o pâncreas em quatro partes principais. Do lado direito para o lado esquerdo do corpo, essas partes são a cabeça, o colo, o corpo e a cauda. A cabeça se encontra em uma curvatura em formato de “C” no duodeno, como você pode ver aqui, e é a parte mais larga do pâncreas.
Aqui você pode ver o colo do pâncreas, que é a parte do órgão localizada entre a cabeça e o corpo do pâncreas. O corpo do pâncreas, que podemos ver agora, é a parte que cursa transversalmente em direção ao lado esquerdo do corpo. E, finalmente, aqui está a cauda, que é a ponta esquerda do pâncreas.
Como você deve se lembrar das aulas de embriologia, o tubo intestinal primitivo pode ser dividido em três regiões, a saber o intestino anterior, o intestino médio e intestino posterior. Essas divisões estão diretamente relacionadas com a vascularização arterial que cada um recebe. Existem três artérias únicas que surgem da superfície anterior da aorta abdominal - a parte que podemos ver agora destacada em verde.
Nesta nova imagem, podemos ver todo o comprimento da aorta abdominal. Ela começa ao entrar no abdome posterior ao diafragma, e termina inferiormente quando se bifurca nas artérias ilíacas comuns direita e esquerda. A primeira artéria não-pareada que surge da aorta abdominal é o tronco celíaco. Podemos ver o tronco celíaco e seus ramos aqui.
Os ramos do tronco celíaco irrigam estruturas do intestino anterior. A segunda artéria não-pareada é esta aqui. Essa é a artéria mesentérica superior, que irriga estruturas do intestino médio. E, finalmente, a terceira artéria não-pareada é esta aqui.
Essa é chamada de artéria mesentérica inferior e ela irriga estruturas que fazem parte do intestino posterior. Os órgãos que estamos abordando hoje são parte principalmente do intestino anterior, com a exceção da parte distal do duodeno e da parte inferior da cabeça do pâncreas.
O intestino anterior começa na parte abdominal do esôfago e termina ao nível da papila duodenal maior, no ponto médio da parte descendente do duodeno. Logo, o intestino anterior inclui o esôfago abdominal, o estômago, o duodeno proximal até a papila maior, o fígado, o pâncreas, e a vesícula biliar.
O baço, apesar de não fazer parte do tubo intestinal, está diretamente relacionado ao intestino anterior. Como nesta videoaula estamos concentrando nos órgãos do intestino anterior e numa pequena porção do intestino médio, vamos ver que as artérias que irrigam esses órgãos surgem principalmente do tronco celíaco, com uma contribuição menor da artéria mesentérica superior.
Vamos começar com o baço. A vascularização do baço é talvez a mais simples. Ele recebe sangue de uma única artéria chamada de artéria esplênica, que podemos ver nesta imagem destacada em verde. Nessa imagem o estômago foi retirado, então na verdade a artéria esplênica segue posterior ao estômago.
A artéria esplênica é uma artéria bem tortuosa que segue ao longo da parede abdominal posterior e ao longo da borda superior do pâncreas. A artéria esplênica é um dos três ramos principais que surgem diretamente do tronco celíaco. Então pronto - terminamos as artérias do baço. Agora vamos dar uma olhada mais de perto do tronco celíaco.
O tronco celíaco surge da superfície anterior da aorta abdominal ao nível da vértebra T12. Além da artéria esplênica, ele também dá origem à artéria hepática comum e à artéria gástrica esquerda. A artéria gástrica esquerda, que podemos ver aqui, como o nome sugere, irriga a parte esquerda da curvatura menor do estômago.
Mas nós não vamos seguir o seu trajeto hoje porque o estômago não é o foco principal desta videoaula. Por outro lado, a artéria hepática comum dá origem a algumas artérias que vão nos interessar. Essas artérias irrigam partes do pâncreas e do duodeno. Como o nome sugere, a artéria hepática comum também segue em direção ao fígado como a principal fonte de suprimento arterial desse órgão.
Vamos dar uma olhada um pouco mais de perto nos detalhes dessa artéria. A artéria hepática comum geralmente se divide em três artérias, e eu falo geralmente porque o padrão de ramificação pode variar muito nesta região. Uma artéria que não vamos dar muita atenção hoje é a artéria hepática própria. É essa artéria que podemos ver aqui seguindo em direção ao fígado e à vesícula biliar.
A segunda artéria que não vamos realmente ver hoje é a artéria gástrica direita, que podemos ver aqui. De forma semelhante à artéria gástrica esquerda, ela irriga a curvatura menor do estômago mas, claro, do lado direito.
A terceira artéria é a que vamos nos concentrar nesta videoaula, que é a artéria gastroduodenal. A artéria gastroduodenal, que está destacada agora em verde, emite ramos que irrigam partes do estômago, duodeno e pâncreas. O principal ramo para o estômago é a artéria gastromental direita, que segue ao longo do aspecto direita da curvatura maior do estômago. Ela é esta artéria que está cortada que podemos ver aqui.
Os demais ramos da artéria gastroduodenal contribuem para o suprimento sanguíneo do duodeno e do pâncreas. Primeiramente, a estrutura destacada aqui em verde é a artéria supraduodenal. A artéria supraduodenal irriga a primeira parte do duodeno. Em seguida, podemos ver a artéria gastroduodenal emitindo dois ramos chamados de artéria pancreaticoduodenal superior anterior, que podemos ver na imagem da esquerda, e a artéria pancreaticoduodenal superior posterior, que está destacada na imagem da direita.
A artéria pancreaticoduodenal superior anterior irriga a face ânterosuperior do pâncreas e do duodeno. A artéria pancreaticoduodenal superior posterior irriga a face posterosuperior do pâncreas e do duodeno. Vamos analisar os nomes dessas artérias.
Então, os termos anterior e posterior indicam que elas vão irrigar as faces anterior e posterior do órgão em questão. Superior significa que elas vão irrigar o aspecto superior desses órgãos; “pancreatico” quer dizer que elas irrigam o pâncreas, e “duodeno” quer dizer que elas irrigam o duodeno.
Ótimo! Essas são algumas das principais artérias que vamos ver hoje. Os nomes dessas artérias são bem longos, mas se você observar, cada parte dos seus nomes vão dizer exatamente onde elas estão e o que irrigam. A artéria pancreaticoduodenal superior anterior irriga os aspectos superior e anterior do pâncreas e do duodeno.
A artéria pancreaticoduodenal superior posterior irriga os aspectos superior e posterior do pâncreas e do duodeno. Fácil não é? Ambas as artérias pancreaticoduodenais seguem ao longo da cabeça do pâncreas de superior para inferior. Ao longo do seu curso, ambas emitem ramos que cursam transversalmente de volta para o duodeno como podemos ver nesta imagem aqui.
Isso mostra que as artérias pancreaticoduodenais superiores de fato irrigam tanto a cabeça do pâncreas quanto o duodeno. Bem, quando temos uma estrutura superior, temos uma inferior também, e é este o caso das artérias pancreaticoduodenais.
As artérias pancreaticoduodenais superiores, que estão ambas destacadas nesta imagem, se anastomosam inferiormente com as artérias pancreaticoduodenais inferiores - novamente, tanto um ramo anterior quanto um ramo posterior de cada uma. As artérias pancreaticoduodenais inferiores se originam diretamente da artéria mesentérica superior.
Lembre-se, a artéria mesentérica superior irriga estruturas do intestino médio, ou seja, ela irriga a porção do duodeno distal até a papila duodenal maior, assim com a parte inferior da cabeça do pâncreas. Vamos dar uma olhada nessas artérias um pouco mais de perto.
Nesta imagem, podemos ver a artéria mesentérica superior destacada em verde. Nesta imagem, o pâncreas foi removido e podemos ver a artéria mesentérica superior destacada, emergindo posteriormente de onde estava o pâncreas da superfície anterior da aorta abdominal ao nível de L1.
Mas vamos voltar agora para a imagem com o pâncreas em seu lugar para ver o primeiro ramos que se origina da artéria mesentérica superior - a artéria pancreaticoduodenal inferior. A artéria pancreaticoduodenal inferior se bifurca em um ramo anterior e outro posterior, formando a artéria pancreaticoduodenal inferior anterior, que podemos ver na imagem da esquerda, e a artéria pancreaticoduodenal inferior posterior, que está destacada na imagem da direita.
Essas artérias seguem a cabeça do pâncreas, emitindo ramos para o duodeno, alguns dos quais podemos ver aqui. Ao nível da papila duodenal maior, elas se anastomosam com suas contrapartes superiores. Agora que identificamos essas artérias e distinguimos todas as artérias que irrigam o duodeno, vamos juntar todas elas.
Primeiro, a artéria supraduodenal irriga a primeira parte, ou parte superior, do duodeno. Em seguida, as artérias pancreaticoduodenais superiores anterior e posterior irrigam a parte proximal do duodeno até o nível da papila duodenal maior, que é a segunda parte, ou parte descendente, do duodeno.
Ao nível da papila duodenal maior, as artérias pancreaticoduodenais superiores anterior e posterior se anastomosam com as artérias pancreaticoduodenais inferiores anterior e posterior, e essas artérias inferiores irrigam a a porção distal restante do duodeno.
Se seguirmos essas artérias de volta para suas origens na aorta abdominal, veremos que a irrigação sanguínea do duodeno proximal até a papila duodenal maior vem do tronco celíaco, enquanto distalmente a esse ponto a irrigação sanguínea vem da artéria mesentérica superior.
Então agora abordamos as artérias do baço e do duodeno, e começamos as artérias do pâncreas. Vamos nos lembrar do que já aprendemos até agora sobre a irrigação sanguínea do pâncreas e depois juntar tudo para entender o quadro como um todo.
Aqui, de novo, as artérias pancreaticoduodenais entram em jogo. Todas as quatro artérias listadas aqui irrigam a cabeça e o processo uncinado do pâncreas. Para entender a vascularização do colo, do corpo e da cauda do pâncreas, vamos precisar voltar na artéria esplênica. Lembra-se da artéria esplênica, que se origina do tronco celíaco? Podemos vê-la destacada nesta imagem em verde.
Ela cursa ao longo da face superior do pâncreas, do tronco celíaco até o baço. Ao longo do trajeto, ela emite até dez ramos que irrigam o colo, o corpo e a cauda do pâncreas, que é o que queremos saber agora. Algumas dessas artérias estão destacadas nessa imagem, e como você pode ver, alguns desses ramos formam anastomoses uns com os outros aqui, e também com ramos das artérias pancreaticoduodenais na cabeça do pâncreas, como podemos ver aqui.
Falando da artéria esplênica, vamos agora falar sobre uma nota clínica relacionada a essa artéria. Aneurismas são bolsas ou protuberâncias nas paredes dos vasos sanguíneos, geralmente onde a parede de um vaso sanguíneo está enfraquecida. Os aneurismas da artéria esplênica são o tipo mais comum de aneurisma das artérias viscerais, apesar de também não serem muito prevalentes. A maioria desses aneurismas são assintomáticos e não se rompem.
No entanto, quando a ruptura acontece, a mortalidade é relativamente alta. A artéria esplênica, como discutimos, conduz uma grande quantidade de sangue para órgãos importantes, incluindo o baço e o pâncreas. Se um aneurisma de artéria esplênica se rompe, uma hemorragia interna maciça ocorre, o que pode resultar em morte se não for detectado e tratado imediatamente.
Por causa disso, pacientes com aneurisma de artéria esplênica que têm fatores de risco adicionais para ruptura podem ser tratados usando uma técnica chamada de embolização com molas. Nesse procedimento o aneurisma é preenchido por um tipo de material que ajuda a reduzir o risco de ruptura.
Então agora você já é um especialista nas artérias do baço, do duodeno e do pâncreas. Mas vamos fazer uma recapitulação rápida para resumir o que aprendemos hoje. Primeiro vimos o suprimento arterial do baço e encontramos a artéria esplênica - o maior ramo que emerge do tronco celíaco.
Em seguida, vimos a vascularização sanguínea do duodeno, que vem tanto do tronco celíaco quando da artéria mesentérica superior - a divisão entre as áreas de irrigação dessas duas artérias sendo a papila duodenal maior. O sangue do tronco celíaco segue para o duodeno pelo seguinte trajeto - tronco celíaco, para a artéria hepática comum, para a artéria gastroduodenal.
Da artéria gastroduodenal, três artérias surgem para suprir o duodeno - a artéria supraduodenal, a artéria pancreaticoduodenal superior anterior, e a artéria pancreaticoduodenal superior posterior. As duas últimas se anastomosam com a artéria pancreaticoduodenal inferior anterior e com a artéria pancreaticoduodenal inferior posterior, respectivamente, ao nível da papila duodenal maior.
Essas artérias pancreaticoduodenais inferiores se originam da artéria mesentérica superior. Finalmente, vimos as artérias que irrigam o pâncreas: novamente as artérias pancreaticoduodenais, que seguem ao longo da cabeça do pâncreas, e então voltamos na artéria esplênica para descobrir as artérias que irrigam o colo, o corpo e a cauda do pâncreas.
Se originando da artéria esplênica vimos até dez ramos que se dividem para dentro do pâncreas - dois dos quais podemos ver destacados nesta imagem. Algumas dessas artérias formavam uma anastomose umas com as outras, e também com as artérias pancreaticoduodenais. E assim como o duodeno, o pâncreas recebe sangue tanto do tronco celíaco quando da artéria mesentérica superior. Isso nos leva ao final da nossa videoaula sobre as artérias do pâncreas, do duodeno e do baço.
Espero que você tenha aproveitado. Obrigada por se juntar a mim!