Cólon sigmoide
O cólon sigmoide é um importante componente do intestino grosso, situado imediatamente antes do reto. Trata-se de um segmento curvo, com o formato semelhante ao da letra S, que possui um papel crucial no processo digestivo, já que facilita o movimento do bolo fecal, absorve água e armazena as fezes antes que elas sejam eliminadas do corpo.
Compreender a anatomia, as funções e as potenciais condições patológicas relacionadas ao cólon sigmoide é fundamental para profissionais da saúde e outras pessoas interessadas na saúde digestiva.
Este artigo discute informações essenciais sobre o cólon sigmoide, como sua anatomia, vascularização, inervação e funções, bem como condições clínicas como a diverticulite, o volvo de sigmoide e as doenças inflamatórias intestinais, além de tratar sobre a colectomia sigmoide, um procedimento cirúrgico que consiste na retirada deste segmento do cólon.
Cólon sigmoide | Segmento do intestino grosso com formato semelhante ao da letra S, localizado entre o cólon descendente e o reto, responsável pelo transporte e armazenamento das fezes |
Mesocólon sigmoide | Estrutura peritoneal que sustenta o cólon sigmoide, permitindo algum grau de mobilidade dentro da cavidade abdominal |
Tênia mesocólica | Uma das bandas musculares longitudinais do cólon sigmoide, localizada junto à sua borda mesentérica, responsável por criar haustrações e ajudar na motilidade |
Tênia omental | Uma banda muscular longitudinal na superfície anterior do cólon sigmoide, que auxilia na motilidade e participa da formação das haustrações |
Tênia livre | A banda muscular longitudinal encontrada ao longo da borda livre do cólon sigmoide, que possui um papel no peristaltismo e nos movimentos fecais |
Haustrações | Saculações formadas pela contração das tênias cólicas, permitindo segmentação e absorção eficiente de água no cólon sigmoide |
Vascularização | O cólon sigmoide é irrigado por ramos sigmóideos da artéria mesentérica inferior |
Drenagem venosa | O cólon sigmoide é drenado pela veia mesentérica inferior, que se une à veia esplênica antes de entrar na veia porta |
Drenagem linfática | A drenagem linfática segue o trajeto da irrigação arterial. A linfa drena para os linfonodos mesentéricos e lombares |
Inervação parassimpática | O cólon sigmoide é inervado pelos nervos esplâncnicos pélvicos (S2-S4), que promovem o peristaltismo e o relaxamento do esfíncter anal interno |
Anatomia
O cólon sigmoide é uma parte do intestino grosso com formato da letra S, localizada entre o cólon descendente e o reto. Esse segmento possui um papel vital na movimentação e no armazenamento das fezes antes de sua eliminação. Posicionado na cavidade pélvica, o cólon sigmoide é uma estrutura intraperitoneal, ou seja, envolvida por peritônio e conectada à parede abdominal anterior por mesentério (mesocólon sigmoide), o que permite mobilidade e flexibilidade.
O mesocólon sigmoide é uma prega peritoneal que sustenta o cólon sigmoide, ancorando-o à parede abdominal posterior enquanto permite algum grau de movimento. O comprimento do mesentério é variável. Na porção central do cólon sigmoide ele é relativamente longo, oferecendo flexibilidade ao órgão, enquanto sua parte inferior é mais curta, estabilizando o reto e o cólon descendente. Além disso, o mesocólon serve como uma via de passagem para vasos sanguíneos que irrigam o cólon sigmoide.
A posição exata do cólon sigmoide é variável, dependendo da estrutura corporal dos indivíduos. Em alguns casos, graças à sua mobilidade, o cólon sigmoide pode se estender ao abdome, entretanto ele geralmente fica na região pélvica.
Tênias cólicas
O cólon sigmoide possui três bandas de músculo liso conhecidas como tênias cólicas. Essas bandas são formadas pelo espessamento da camada muscular do cólon, e são responsáveis pela aparência segmentada característica do cólon. Essas bandas musculares se contraem e criam as haustrações vistas por todo o cólon, além de participar dos movimentos peristalticos que empurram o bolo fecal.
- Tênias mesocólicas: essa tênia cólica cursa ao longo da borda mesentérica do cólon sigmoide, onde o mesocólon se insere. Ela é a mais proeminente das três tênias, e contribui com a formação das haustrações, que ajudam nos movimentos e na segmentação do conteúdo no interior do cólon.
- Tênia omental: essa têna está localizada ao longo da superfície anterior do cólon sigmoide. Ela está conectada ao omento maior, uma grande prega peritoneal que se estende sobre o intestino. A tênia omental opssui um papel na motilidade do cólon e participa da criação das hautrações e da segmentação do órgão.
- Tênia livre: a tênia livre cursa ao longo da borda livre do cólon sigmoide sem nenhuma inserção peritoneal. Ela contribui com as forças contráteis necessárias para o peristaltismo, auxiliando na movimentação do material fecal em direção ao reto.
Haustrações
As haustrações são pequenas bolsas ou saculações formadas pela contração das tênias cólicas. Essas saculações são essenciais para a segmentação do cólon, que por sua vez permitem absorção mais eficiente de água e eletrólitos. As haustrações também servem como um indicador da atividade peristáltica do cólon, através do qual a matéria fecal se move. A presença de haustrações é particularmente notável no cólon sigmoide, onde elas criam uma aparência segmentada distinta, crucial para a sua função de armazenamento das fezes.
Vascularização
A irrigação sanguínea do cólon sigmoide é levada pela artéria mesentérica inferior, que se origina da aorta abdominal ao nível da vértebra L3. Vários ramos sigmóideos da artéria mesentérica inferior fornecem irrigação para o cólon sigmoide, garantindo a entrega do oxigênio e dos nutrientes necessários para a realização das suas funções.
- Irrigação arterial: A artéria mesentérica inferior é a principal artéria que leva sangue ao cólon sigmoide. Os ramos dessa artéria nutrem o cólon, garantindo seu funcionamento adequado.
- Drenagem venosa: o sangue venoso do cólon sigmoide drena para a veia mesentérica inferior, que por sua vez drena para a veia porta, facilitando o retorno do sangue desoxigenado em direção ao fígado.
- Drenagem linfática: O sistema linfático do cólon sigmoide é análogo ao seu suprimento arterial. Linfonodos distribuídos ao longo do trajeto da artéria mesentérica inferior filtram a linfa e possuem um papel na defesa imunológica e na remoção de produtos do metabolismo do cólon.
Inervação
A inervação do cólon sigmoide é controlada pelo sistema nervoso autônomo e pelo sistema nervoso entérico.
- Inervação parassimpática: Os nervos esplâncnicos pélvicos (S2-S4) fornecem estímulo parassimpático, promovendo o peristaltismo, a onda motora que propele o material fecal ao longo do cólon. Os impulsos parassimpáticos são essenciais para a motilidade normal do cólon e para o relaxamento do esfíncter anal interno durante a defecação.
- Inervação simpática: Os nervos esplâncnicos lombares (L1-L2) fornecem inervação simpática ao cólon sigmoide, que atuam para tornar o peristaltismo mais lento e contrair o esfíncter anal interno, o que ajuda a reter as fezes até que o momento seja apropriado para a defecação.
- Sistema nervoso entérico: Os plexos mioentérico de Auerbach e submucoso de Meissner garantem a coordenação das contrações do músculo liso para a digestão eficaz.
Função
Absorção de água e conservação de nutrientes
O cólon sigmoide tem um papel fundamental na absorção de água, eletrólitos e alguns nutrientes do bolo alimentar antes que ele seja eliminado do corpo. Conforme o resíduo digestivo passa pelo cólon sigmoide, as paredes da cólon absorvem água ativamente, tornando as fezes mais sólidas e impedindo a desidratação. Esse processo é vital para a manutenção do equilíbrio hídrico do corpo e para a conservação de nutrientes essenciais.
Armazenamento e transporte das fezes
O cólon sigmoide armazena temporariamente o material fecal antes que ele seja levado ao reto para eventual eliminação. Essa função de armazenamento é fundamental para a nossa habilidade de escolher o momento apropriado para a defecação. A capacidade do cólon sigmoide de armazenar e mover as fezes garante que o corpo seja capaz de eliminá-la no momento adequado, enquanto os músculos do cólon mantém controle rígido sobre esse processo.
Papel no peristaltismo
O cólon sigmoide, assim como outras partes do intestino grosso, movimenta seu conteúdo através dos movimentos peristálticos. Esses movimentos são causados por uma série de contrações musculares coordenadas que empurram o material fecal em direção ao reto. O funcionamento adequado desse mecanismo é vital para a manutenção de uma digestão saudável e para garantir que as fezes não sejam retidas por um tempo excessivo, o que pode levar a constipação.
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Notas clínicas
Diverticulite
Um divertículo é uma protuberância da parede intestinal e ocorre frequentemente no cólon sigmoide. Geralmente, sua ocorrência pode estar associada à constipação crônica, por uma dieta rica em gordura e pobre em fibras. Se um fecalito (massa dura e compacta de fezes retidas no intestino) ficar preso em um divertículo ou houver um processo infeccioso, o paciente apresentará dor na fossa ilíaca esquerda. Pode haver sangue nas fezes. A condição ocorre mais frequentemente em idosos.
Volvo de sigmoide
O volvo de sigmoide ocorre quando o intestino se torce sobre si mesmo, causando obstrução total ou parcialmente do seu lúmen. Esta condição ocorre mais frequentemente quando o cólon sigmoide e seu mesocólon são longos. Isso resulta em dor e constipação intestinal grave. Se a torção persistir por um período significativo, o intestino pode sofrer isquemia e necrose, com risco de peritonite. A radiografia abdominal evidencia uma imagem com aparência de um grão de café nos casos de volvo de sigmoide. O tratamento inclui analgesia e cirurgia imediata para corrigir o volvo e qualquer defeito anatômico subjacente que possa ter causado a condição.
Doenças inflamatórias
Os sintomas comuns normalmente incluem diarreia com sangue, perda de peso, alterações cutâneas e até outras manifestações extraintestinais como uveíte anterior (inflamação da câmara anterior do olho), pioderma gangrenoso (alterações cutâneas pustulosas nas pernas), eritema nodoso (manchas arroxeadas nas pernas). Destacam-se:
- Doença de Crohn: pode afetar qualquer parte do trato gastrointestinal, desde a boca (onde causa úlceras aftosas) até o intestino delgado, intestino grosso e reto. Normalmente apresenta fases agudas e fases de remissão. A condição é agravada pelo tabagismo e seu tratamento envolve uso de medicamentos para redução da inflamação e dietas específicas.
- Colite ulcerativa: doença intestinal autoimune que se inicia no reto e se estende proximalmente. A condição melhora com o tabagismo (nicotina tem fator protetor da mucosa local) e está associada à colangite esclerosante primária, colangiocarcinoma e câncer de intestino.
Colectomia sigmoide
A colectomia sigmoide é procedimento cirúrgico que consiste na remoção do cólon sigmoide. Pode ser realizada para o tratamento da doença de Crohn, câncer de intestino ou diverticulite. O cólon sigmoide é removido, e é feita uma ligação entre o cólon descendente e o reto para garantir a continuidade do intestino e a manutenção da continência fecal.
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