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Histologia da medula óssea

Videoaula recomendada: Histologia da medula óssea [14:04]
Anatomia microscópica da medula óssea
Medula óssea (lâmina histológica)

O esqueleto ósseo que sustenta o corpo humano e promove a nossa locomoção tem uma microarquitetura própria e bastante complexa. As cavidades geradas pelo arranjo trabecular na região central dos ossos são ocupadas por uma mistura de células sanguíneas em vários estágios de desenvolvimento, além de adipócitos. Esse tecido é conhecido como medula óssea e é responsável pela produção das células sanguíneas - um processo conhecido como hematopoiese.

Este artigo fará uma revisão da embriologia e da histologia da medula óssea. Além disso, discutirá as linhagens celulares que a constituem e a sua função serão discutidas, juntamente com algumas condições e patologias clinicamente relevantes.

Conteúdo
  1. Embriologia
  2. Anatomia macroscópica e histologia
    1. Tipos de medula óssea
    2. Medula óssea vermelha
    3. Medula óssea amarela
    4. Vascularização
    5. Inervação
  3. Tipos celulares
  4. Notas clínicas
    1. Aspirado de medula óssea e biópsia
    2. Supressão da medula óssea
    3. Aplasia da medula óssea
  5. Referências
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Embriologia

As células tronco hematopoiéticas se originam de células mesodérmicas que foram estimuladas pelo fator de crescimento de fibroblastos 2 (FGF2), Ao se ligar aos seus receptores, o FGF2 induz a diferenciação das células mesodérmicas em hemangioblastos, localizados na parede do saco vitelínico do embrião em desenvolvimento. Os hemangioblastos são precursores tanto de células vasculares quanto de células hematopoéticas. Na presença do fator de crescimento endotelial capilar (VEGF), os hemangioblastos se diferenciam em endotélio vascular. Os hemangioblastos não diferenciados participam, posteriormente, da angiogênese (formação de vasos sanguíneos a partir de vasos sanguíneos pré-existentes) ou da hematopoiese (formação de células sanguíneas). Aqueles localizados mais perifericamente participam da angiogênese, enquanto os mais centrais estão envolvidos na hematopoiese.

Embora o processo de produção de células sanguíneas descrito acima comece por volta da segunda à terceira semana de gestação, a hematopoiese ativa na medula óssea só se inicia na 10ª - 11ª semana gestacional. Lembre-se que a medula óssea ocupa a região central do osso. Portanto, a formação da medula óssea depende do desenvolvimento do osso trabecular. Células mesenquimais esparsas dispostas em meio a uma densa rede de fibrilas, todas circundando uma artéria central, se juntam para formar pequenas cavidades de tecido conjuntivo, localizadas distantes das áreas de ossificação. As primeiras células a serem produzidas na medula óssea são as células mieloides CD15+ (Cluster of Diferentiation 15) e as células positivas para glicoforina A.

Anatomia macroscópica e histologia

Tipos de medula óssea

A medula óssea não tem a rigidez do osso circunjacente. Em vez disso, é uma substância com a  consistência semelhante à de uma gelatina, que preenche a cavidade formada pela rede de osso trabecular. A medula óssea compõe cerca de 4 - 5% do peso corporal total de um indivíduo. Apesar de ser considerado um sistema de “baixo peso”, tem um papel bem importante, já que é responsável por produzir plaquetas, linfócitos, eritrócitos, granulócitos e monócitos.

A medula tem duas principais funções. Uma delas é produzir células sanguíneas e a outra é armazenar gordura. Como resultado, existem dois tipos de medulas ósseas no organismo:

  • a medula óssea vermelha, altamente vascularizada, hematopoeiticamente ativa;
  • a medula óssea amarela, rica em gordura, que tem um número significativamente menor de centros hematopoiéticos e mais adipócitos.

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Medula óssea vermelha

Grupamentos de células hematopoiéticas conhecidos como ilhotas hematopoiéticas se distribuem pela rede de tecido conjuntivo frouxo encontrado na medula óssea. Essas ilhotas podem ser encontradas próximas a sinusoides relativamente grandes de paredes finas que também se comunicam com os vasos nutrícios dos ossos. Os sinusoides estão situados na parte central da circulação sanguínea local, de tal forma que as artérias nutrícias que deixam os seus canais para irrigar os ossos formam anastomoses na medula óssea e terminam como arteríolas, que coalescem para formar os sinusoides. Esses sinusoides, então, drenam para veias significativamente maiores, formando as veias nutrícias, que então saem do osso através dos mesmos canais nutrícios pelos quais as artérias entram.

Cordões hematopoiéticos (lâmina histológica)

A medula óssea vermelha pode ser encontrada em todas as estruturas esqueléticas do corpo, sendo identificada desde a vida intrauterina até cerca dos 5 anos de idade. Com o passar dos anos, a medula vermelha fica restrita aos ossos planos centrais (ex. ossos do crânio, clavícula, esterno, costelas, escápula, vértebras e pelve) e às extremidades proximais dos ossos longos dos membros inferiores e superiores.

Medula óssea vermelha (lâmina histológica)

A substância que sustenta as células hematopoiéticas e adiposas na medula é constituída por reticulina, uma fibra delgada de colágeno tipo III produzida pelo mesênquima derivado de células reticulares (células fibroblasto-like). Outras células de manutenção, como os macrófagos, também estão presentes no estroma e ajudam na hematopoiese ao fagocitar debris celulares gerados nesse processo.

Células reticulares (lâmina histológica)

Medula óssea amarela

Dependendo da idade e da demanda hematológica de um indivíduo, as células reticulares aumentam de tamanho como resultado do aumento da captação de lipídios. Assim se forma, consequentemente, a medula amarela. Ela contém principalmente tecido conjuntivo de suporte, que fornece um arcabouço de sustentação para as estruturas neurovasculares que passam pela cavidade. Estão presentes também numerosos adipócitos, além de poucos aglomerados hematopoiéticos inativos. Esses centros hematopoiéticos latentes podem ser reativados em casos de aumento da demanda por glóbulos vermelhos.

Medula óssea amarela (lâmina histológica)

Vascularização

A medula óssea é perfundida pelas mesmas artérias que fornecem nutrientes ao osso circundante. Uma artéria e duas veias nutrícias seguem através dos canais nutrícios para entrar ou sair da medula óssea. A artéria nutrícia se bifurca após entrar na medula, com cada artéria resultante dessa bifurcação seguindo pelo eixo longo do osso em direções opostas. Os vasos são tortuosos em seu trajeto ao redor da veia longitudinal central e dos canais venosos da medula.

Posteriormente, as artérias se dividem em vários ramos pequenos para suprir o córtex ósseo. No entanto, algumas dessas arteríolas de paredes finas e seus capilares subsequentes se anastomosam com os plexos dos seios venosos. Esses plexos são tributários das vênulas coletoras, que também drenam para a veia longitudinal central. A veia longitudinal central transporta, assim, células sanguíneas recém-formadas do pool medular e daí para toda a circulação sistêmica. Até o momento não foram identificados canais linfáticos na cavidade medular óssea.

Inervação

Os canais nutrícios - assim como os forames epifisário e metafisário - transportam ainda fibras nervosas amielínicas e mielínicas para o osso e, consequentemente, para a medula óssea. Algumas dessas fibras servem como “vasa vasorum” - inervando a camada muscular lisa dos vasos sanguíneos - bem como o tecido hematopoiético da medula.

Tipos celulares

As análises histológicas da medula óssea mostram várias células progenitoras e seus derivados em diferentes estados de desenvolvimento. Tipicamente, as células progenitoras são maiores do que as células finais. O sufixo “-blasto” geralmente é usado para a célula-tronco daquela série celular (o eritroblasto é a célula precursora do eritrócito, também conhecido como hemácia).

A seguir temos uma lista das linhagens celulares encontradas na medula óssea:

  • Granulócitos - linha especial de células brancas sanguíneas que possuem grânulos no seu citoplasma. Existem três tipos de granulócitos: eosinófilos, basófilos e neutrófilos.
Neutrófilo (lâmina histológica)
  • Monócitos - leucócitos que se diferenciam em macrófagos. Lembre-se que existem subtipos diferentes de macrófagos, dependendo da região do corpo na qual eles são encontrados (ex.: células de Kupffer no fígado).
Macrófago (lâmina histológica)
  • Eritrócitos ou hemácias - são células anucleadas, bicôncavas e carreadoras de oxigênio.
Eritrócito (lâmina histológica)
  • Megacariócitos - é outra grande célula, que é responsável pela trombocitogênese, ou seja, produção plaquetária.
Megacariócito (lâmina histológica)
  • Linfócitos - são todos produzidos na medula óssea. Entretanto, a maturação de um subtipo de linfócito (linfócito-T) ocorre no timo.
Linfócito (lâmina histológica)

O estroma também contém várias células-tronco de origem mesenquimal. Essas incluem linhagens celulares multipotentes que são capazes de se diferenciar em células cartilaginosas (condrócitos), ósseas (osteoblastos e osteoclastos), além de adipócitos, miócitos (músculo) e células endoteliais.

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Kim Bengochea Kim Bengochea, Universidade de Regis, Denver
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