Videoaula: Tecido conjuntivo denso

Olá pessoal! Aqui é a Amanda, do Kenhub, e neste tutorial de histologia, iremos discutir um tipo de tecido conjuntivo que é conhecido como tecido conjuntivo denso. A primeira coisa que você deve estar se perguntando é o que é tecido conjuntivo?

Eu acredito que o mais importante a ser respondido é que o tecido conjuntivo é o tecido mais abundante no nosso corpo. Ele fornece forma e estrutura para o resto dos tecidos do corpo, então sem ele, você seria uma grande e irreconhecível bagunça.

O termo tecido conjuntivo é amplo e cobre uma variedade de estruturas, que incluem tendões, osso, gordura e até sangue e todas são classificadas como tecido conjuntivo. De um modo geral, o tecido conjuntivo é composto por células e uma coisa chamada matriz extracelular.

Aqui, podemos ver uma micrografia mostrando o tecido conjuntivo destacado em verde. O tecido conjuntivo funciona envolvendo outros órgãos e tecidos e fornecendo suporte metabólico e estrutural. Também conecta estruturas e até auxilia na reparação tecidual.

O tecido conjuntivo pode ser classificado em três categorias diferentes, que são tecido conjuntivo propriamente dito, tecido conjuntivo embrionário e o que é conhecido como tecido conjuntivo especializado. Neste tutorial, estudaremos apenas o tecido conjuntivo propriamente dito. Existem dois tipos de tecido conjuntivo propriamente dito.

Temos o tecido conjuntivo frouxo e o tecido conjuntivo denso. Como mencionei antes, nosso tutorial focará no tecido conjuntivo denso. Além dos tipos celulares que constituem o tecido conjuntivo, ele também pode ser infiltrado por outros tipos celulares como os que podemos ver aqui, chamados de plasmócitos.

Os plasmócitos são também conhecidos como células plasmáticas ou células plasmáticas tipo B. Essas células secretoras de anticorpos são também conhecidas como células errantes, uma vez que, apesar de serem encontradas no tecido conjuntivo, elas não residem ou não estão presas a este tipo de tecido. E isso é relevante para nós neste tutorial, pois os plasmócitos também podem ser encontrados no tecido conjuntivo denso.

Até o final deste tutorial, eu darei uma visão geral das propriedades e funções do tecido conjuntivo denso e, depois, nós entraremos em mais detalhes sobre os dois sub-tipos, que são o tecido conjuntivo denso irregular e o tecido conjuntivo denso regular. Agora, vamos aprofundar um pouco mais e dar uma olhada mais de perto no tecido conjuntivo denso.

Aqui, vemos uma micrografia do tecido conjuntivo denso tirada do ápice do pulmão. Como acabamos de ver, o tecido conjuntivo denso é um tipo de tecido conjuntivo propriamente dito e que, como o nome sugere, é mais denso que outros tipos de tecido conjuntivo. Isso o torna mais flexível que o tecido conjuntivo frouxo, mas suas fibras mais agrupadas têm a vantagem de fornecer mais força, além de suporte e resistência ao stress e proteção às mais variadas estruturas ao longo do corpo.

Como mencionei antes, existem dois tipos de tecido conjuntivo denso - um tipo denso irregular e um tipo denso regular. Mas porque seria isso? Eu posso ouvir você se perguntando. Tem a ver com a organização de suas fibras colágenas, que são, todo mundo sabe, o ingrediente principal do tecido conjuntivo denso.

Você pode ver algumas delas destacadas aqui em verde e são o que diferencia os dois tipos de tecido conjuntivo denso - suas propriedades estruturais variam dependendo de sua organização. O que torna a fibra de colágeno tão especial é a sua alta força tênsil combinada com sua flexibilidade, fazendo com que seja adequada para a função de suportar o restante dos tecidos do corpo.

O tecido conjuntivo denso também contém outros tipos celulares, e alguns deles serão vistos neste tutorial, mas antes disso, vamos olhar mais de perto o tecido conjuntivo denso irregular. Como acabamos de aprender, os dois tipos de tecido conjuntivo contém uma boa quantidade de colágeno.

O tecido conjuntivo denso irregular é chamado assim, pois contém fibras colágenas que são organizadas aleatoriamente em um padrão irregular, sem uma orientação definida. Como você pode ver nesta micrografia, é bem claro que as fibras não são organizadas em nenhum tipo de padrão ordenado ou regular.

A rede tridimensional formada pelas fibras colágenas fornecem ao tecido conjuntivo denso irregular propriedades como alta resistência e força em todas as direções. Vamos dar uma olhada em alguns exemplos de tecido conjuntivo denso. Aqui temos uma micrografia mostrando a submucosa ou túnica submucosa destacada em verde.

Essa camada se encontra abaixo da mucosa ou algo conhecido como membrana mucosa dos órgãos ocos, como os do seu trato digestivo e funciona como um suporte para a membrana mucosa, fazendo uma conexão com a camada de músculo liso subjacente. A presença de tecido conjuntivo denso nesses órgãos ocos permite a eles resistir e suportar grandes distensões e estiramentos. Um outro exemplo de tecido conjuntivo denso pode ser encontrado na pele e consiste em uma camada da derme conhecida como estrato reticular, destacada aqui em verde.

A camada reticular da derme, como é conhecida, fornece à pele propriedades importantes como força e resistência a rupturas. À medida que envelhecemos, a quantidade de colágeno na derme diminui naturalmente, o que é, sem nenhuma surpresa, um grande foco da indústria de beleza.

Assim como a derme e a submucosa, o tecido conjuntivo denso irregular também pode ser encontrado nas cápsulas articulares e na fáscia muscular. Agora é hora de estudarmos o tecido conjuntivo denso regular. Aqui, vemos uma micrografia mostrando uma visão mais detalhada do tecido conjuntivo denso regular. Como você pode imaginar, se olharmos mais de perto esta micrografia, podemos ver que esse tipo de tecido difere do seu irmão, o tipo regular, que acabamos de ver.

Nesse sentido, sua estrutura é organizada em um padrão regular definido. É importante notar que o que estamos vendo não são as próprias fibras colágenas. Elas são muito pequenas para serem vistas nesta magnificação. Então o que estamos vendo aqui? Estas células aqui são conhecidas como fibroblastos. Nós podemos ver mais delas nesta micrografia.

Essas células funcionam para sintetizar a matriz extracelular e as fibras colágenas, sendo componentes vitais do tecido conjuntivo denso. Uma configuração paralela das células fornece forte resistência a tensões exercidas na mesma direção por um período de tempo.

Fibrócitos, que são considerados uma forma menos ativa dos fibroblastos, são também encontrados no tecido conjuntivo denso regular e tendem a ter núcleos alongados e muito pouco citoplasma. Aqui nesta imagem, temos um exemplo excelente de tecido conjuntivo denso no corpo, que é o tendão de Aquiles.

Vamos olhar mais de perto. Tendões fixam músculos aos ossos, então precisam ser muito fortes. Aqui, vemos uma micrografia de um tendão em que podemos ver claramente uma organização paralela das fibras, que é característico do tecido conjuntivo denso regular. Os feixes fortemente amarrados garantem que os tendões sejam estruturalmente fortes e também flexíveis. É importante notar aqui que os fibrócitos encontrados nos tendões são chamados de tenócitos e podemos ver alguns destacados em verde.

Seu citoplasma geralmente não é visível quando corado com hematoxilina e eosina. Apesar dos tendões serem compostos de tecido conjuntivo denso regular, eles são envolvidos adicionalmente por uma bainha de tecido conjuntivo composta por tecido conjuntivo denso irregular. Esse tecido conjuntivo denso irregular que envolve o tendão é, em alguns casos, coberto por células conhecidas como células sinoviais.

Essas células produzem um fluido lubrificante que reduz a fricção nas articulações sinoviais. Isso, na verdade, nos permite vislumbrar como os diferentes tipos de tecido conjuntivo trabalham em conjunto para ajudar o seu corpo a funcionar corretamente. Como os tendões, ligamentos e aponeuroses também são compostos de tecido conjuntivo denso regular.

Aqui, nós vemos o ligamento patelar, que ajuda a estabilizar a patela ou rótula. Se olharmos um ligamento mais de perto, a nível celular, podemos ter uma ideia melhor de sua estrutura. Um ligamento típico contém fibroblastos e fibras colágenas que são organizadas em fileiras paralelas, assim como fibras elásticas, que estão destacadas aqui em verde.

Isto é especialmente verdade para ligamentos relacionados à coluna vertebral. Diferentemente de tendões, as fibras dos ligamentos são organizadas de maneira menos regular e podem ser encontradas entrecruzadas ou sobrepostas. Isto é quase tudo sobre nosso tutorial, mas antes de acabarmos, vamos dar uma olhada no tecido conjuntivo sob um ponto de vista clínico.

Como vimos anteriormente, tendões são compostos de tecido conjuntivo denso regular. Essas estruturas semelhantes a cordas, que fixam músculos nos ossos, podem ficar inflamadas decorrente de uso excessivo ou lesão direta e isso leva a uma condição conhecida como tendinite. Tendinite pode afetar qualquer tendão e é usualmente associada a lesões no esporte.

Áreas comuns de lesão que resultam em tendinite incluem o cotovelo, o manguito rotador do ombro e o tendão de Aquiles. Tendinite é caracterizada por rigidez articular, dor, edema na área afetada e até uma sensação de queimação no local da lesão. A tendinite pode ser tratada com o uso de anti-inflamatórios não esteroidais. Em alguns casos, outras drogas anti-inflamatórias, como cortisona, também podem ser administradas no local da lesão para alívio dos sintomas.

Repouso e fisioterapia também podem ser prescritos dependendo da gravidade da lesão. E isso nos traz ao final do nosso tutorial. Então vamos fazer um resumo rápido do que aprendemos hoje. Nós começamos com uma visão geral do tecido conjuntivo, que pode ser definido como sendo especializado, embrionário ou propriamente dito. O tecido conjuntivo propriamente dito foi nosso foco inicial hoje e ele pode ser dividido em tecido conjuntivo denso ou tecido conjuntivo frouxo. É claro, nosso foco principal foi o tecido conjuntivo denso.

Esse tipo de tecido conjuntivo é particularmente adequado para fornecer força, suporte, resistência ao stress e proteção em todo o corpo devido à sua grande concentração de fibras colágenas. Ainda sobre o tecido conjuntivo denso, nós vimos mais uma vez que ele pode ser subdivido em tecido conjuntivo denso irregular, em que suas fibras colágenas são organizadas de maneira aleatória, fazendo com que esse tipo de tecido tenha uma alta resistência e força em todas as direções.

Exemplos de tecido conjuntivo denso irregular incluem tendões, ligamentos e aponeuroses. Por último, vimos que o segundo tipo de tecido conjuntivo denso é chamado de tecido conjuntivo denso regular e contém fibras colágenas que são organizadas em um padrão definido e regular. E com isso, chegamos ao final deste tutorial.

Obrigado por assistir e até a próxima.