Videoaula: Músculos da mão

Ahhhh! Não é lindo? Tão pacífico. Veja a rapidez com que os dedos dela estão se movendo. Uh-oh... eu acho que ela esticou demais o dedo mínimo e pode ter estirado um músculo. Mas qual músculo? Talvez seu músculo abdutor do dedo mínimo? Eu não tenho muita certeza. Então fique atento, pois hoje vamos descobrir qual é esse músculo e aprender tudo sobre os músculos da mão.

Existem dois grupos musculares que realizam os movimentos das mãos e dos dedos: os músculos extrínsecos e os músculos intrínsecos da mão. Os músculos extrínsecos são os músculos que se originam no antebraço e se inserem nas estruturas da mão. Esses músculos facilitam os movimentos motores grosseiros de nossas mãos, mas não vamos focar nesse grupo muscular hoje.

Nesta videoaula, vamos estudar os músculos intrínsecos da mão. Os músculos intrínsecos são aqueles que se originam e se inserem na mão. Eles são responsáveis ​​por nossas habilidades motoras finas, como segurar uma caneta, tocar piano e abotoar uma camisa.

Os músculos intrínsecos da mão podem ser divididos em três grupos – os músculos metacarpais, os músculos tenares e os músculos hipotenares. Vamos dar uma olhada em cada um dos músculos que compõem esses grupos e aprender suas inserções, funções e inervação. Terminaremos a video aula de hoje com uma rápida olhada em algumas notas clínicas sobre os músculos da mão para ajudar a consolidar nosso conhecimento.

Vamos começar com os músculos metacarpais, ou seja, associados aos ossos do metacarpo.

Os músculos metacarpais estão localizados entre os ossos metacarpais. Eles são compostos por três grupos de músculos - os músculos interósseos dorsais, os interósseos palmares e os lumbricais. Vamos começar dando uma olhada nos interósseos dorsais. Observe que agora estamos vendo o dorso da mão. Os músculos interósseos dorsais são quatro músculos curtos que podem ser encontrados nos espaços entre os ossos metacarpais, e geralmente são numerados de 1 a 4, começando no polegar.

Cada músculo interósseo dorsal tem duas cabeças, que se fixam nas laterais dos metacarpais adjacentes. Cada músculo então converge para um tendão central, que se insere na base da falange proximal correspondente e na sua expansão extensora. Eles são músculos bipenados. Isso significa que as fibras musculares que convergem para uma fixação única vêm de duas direções, da mesma forma como em uma pena.

Vamos agora dar uma olhada nas inserções de cada músculo interósseo dorsal.

O primeiro e o segundo interósseos dorsais se inserem nos dedos indicador e médio e nas suas expansões extensoras, enquanto o terceiro e quarto interósseos dorsais se inserem nos dedos médio e anelar e nas suas expansões extensoras. Cada músculo interósseo dorsal se insere na base da falange proximal correspondente. Observando ainda mais de perto, o primeiro e o segundo interósseos dorsais se inserem no aspecto radial das falanges proximais, enquanto o terceiro e o quarto interósseos dorsais se inserem no aspecto ulnar de suas falanges proximais correspondentes.

Se você reparar, estamos usando o rádio e a ulna como guias para descrever a localização das estruturas da mão. Essa é uma forma comum de descrever a posição dessas estruturas, pois é mais intuitiva do que usar lateral e medial. Para te ajudar a não esquecer qual lado é qual, lembre-se que o rádio está do mesmo lado que o polegar. Imagine o polegar como a antena de um rádio.

Você pode estar se perguntando o que são as expansões extensoras que mencionamos antes. Elas são fibras de tecido conjuntivo fibroso formadas pelos tendões extensores planos da mão. e envolvem as regiões distais dos metacarpais e as falanges proximais, facilitando a extensão dos dedos nas articulações interfalângicas. Você notou os músculos interósseos dorsais aqui? E esses são os músculos lumbricais, que veremos em breve.

Certo, de volta aos interósseos dorsais. Esses quatro músculos trabalham juntos para afastar ou abduzir os dedos da linha média da mão. Os interósseos dorsais também contribuem para a flexão dos dedos nas articulações metacarpofalângicas e a extensão nas articulações interfalângicas, através das expansões extensoras. Todos esses movimentos ocorrem por meio da inervação fornecida pelo ramo profundo do nervo ulnar, que se origina do plexo braquial.

Vamos virar a mão e dar uma olhada no próximo grupo - os músculos interósseos palmares - que estão localizados na superfície palmar, também conhecida como superfície volar. De modo semelhante aos interósseos dorsais, os interósseos palmares ocupam os espaços entre os ossos metacarpais. Eles são músculos unipenados, ou seja, suas fibras musculares estão dispostas obliquamente e se inserem em apenas um lado do tendão, como a metade de uma pena.

Os interósseos palmares geralmente consistem em três músculos que se inserem nos dedos indicador, anelar e mínimo. Alguns autores consideram a presença de um quarto interósseo palmar com a inclusão do músculo que se insere no polegar. Mas essas fibras musculares são rudimentares e muitas vezes consideradas parte do músculo adutor do polegar.

Como você deve ter notado, o dedo médio não possui um músculo interósseo palmar. Esses músculos são numerados de 1 a 3, começando pelo mais próximo ao polegar. A literatura médica muitas vezes difere na numeração dos interósseos palmares. Se um quarto músculo interósseo estivesse presente, o músculo interósseo inserido no metacarpal do polegar seria rotulado como número um. Mas, nessa videoaula, vamos considerar a presença de somente três músculos interósseos palmares.

Assim como os interósseos dorsais, os interósseos palmares também se originam dos metacarpais da mão. O primeiro músculo interósseo palmar se origina da face ulnar do metacarpal do dedo indicador e se insere na sua expansão extensora. O segundo e terceiro músculos interósseos se originam da face radial dos metacarpais dos dedos anelar e mínimo, e se langes proximais e expansões extensoras.

A principal função dos músculos interósseos palmares é aduzir os dedos, aproximando-os da linha média. Além disso, os interósseos palmares têm grande contribuição na flexão das articulações metacarpofalângicas e na extensão das articulações interfalângicas dos dedos indicador, anelar e mínimo. A inervação dos interósseos palmares também é realizada pelo ramo profundo do nervo ulnar.

Pode ser um pouco confuso tentar lembrar as ações dos músculos interósseos, mas aqui vai uma pequena dica. Basta lembrar PAD e DAB – os músculos interósseos Palmares ADuzem, enquanto os músculos interósseos Dorsais ABduzem.

Agora vamos falar sobre os músculos lumbricais, que também estão localizados na região metacarpal da mão. Esses quatro músculos situam-se profundamente à fáscia palmar e entre os ossos metacarpais da mão. Os lumbricais são numerados de 1 a 4, de radial para ulnar. Ao contrário dos músculos interósseos, os lumbricais não se originam nos metacarpais, mas sim nos tendões do músculo flexor profundo dos dedos. Os lumbricais 1 e 2 são geralmente unipenados, enquanto os lumbricais 3 e 4 são bipenados.

Os músculos lumbricais cursam distal e dorsalmente, em uma direção oblíqua, ao longo da face radial do metacarpal correspondente. Eles se inserem na margem radial da expansão extensora, nas falanges proximais dos dedos indicador, médio, anelar e mínimo.

Em relação às suas funções, os músculos lumbricais podem ser considerados músculos que refinam os movimentos. Como acabamos de ver, eles se originam e se inserem em estruturas de tecidos moles, criando pontos de fixação móveis capazes de realizar duas ações motoras diferentes: eles podem tanto flexionar, quanto estender os dedos. Os músculos flexionam os dedos nas articulações metacarpofalângicas e, em segundo lugar, realizam extensão das articulações interfalângicas através dos capuzes extensores.

Os músculos lumbricais são considerados músculos fracos, portanto são responsáveis por movimentos finos, como quando estamos segurando uma caneta ou fechando os botões de uma camisa. Eles também são responsáveis pelo equilíbrio das forças flexoras e extensoras. Esses músculos têm uma alta densidade de receptores sensitivos de contração muscular, chamados de fusos musculares. Os fusos musculares são responsáveis ​​por enviar feedback proprioceptivo dos músculos para o sistema nervoso central, nos proporcionando as habilidades sensoriais e motoras necessárias para refinar os movimentos.

Apesar de serem tratados ​​como um grupo de músculos, os lumbricais na verdade têm inervação dividida. Os dois lumbricais radiais recebem sua inervação do nervo mediano, enquanto o terceiro e quarto lumbricais são inervados pelo nervo ulnar – o que não nos surpreende quando consideramos que os lumbricais 3 e 4 estão na face ulnar da mão.

Agora que conhecemos os músculos da região metacarpal da mão, vamos dar uma olhada no próximo grupo de músculos – o grupo tenar.

O nome tenar deriva da palavra grega thenin, que significa golpear. Quando você bate ou golpeia algo com a palma da mão aberta, a área da sua mão que geralmente faz contato primeiro com o objeto atingido é a região carnuda na base do polegar, o que explica o nome dessa região: região tenar, ou eminência tenar. Ela está localizada na face radial da palma da mão e é formada por quatro músculos curtos chamados de músculos tenares: o músculo abdutor curto do polegar, o músculo flexor curto do polegar, o músculo adutor do polegar e o músculo oponente do polegar.

Se você é um ávido leitor de livros de anatomia, deve ter notado que alguns autores não classificam o músculo adutor do polegar como parte do grupo de músculos tenares. Isso porque o músculo adutor do polegar não contribui diretamente para a formação do volume da eminência tenar. No entanto, nessa videoaula, vamos classificá-lo nesse grupo devido à sua ação no polegar e proximidade com os demais músculos tenares.

Agora vamos dar uma olhada em cada músculo individualmente, começando com o músculo abdutor curto do polegar. Este músculo é o mais lateral e mais superficial quando comparado aos outros três músculos tenares. Ele se origina nos ossos escafoide e trapézio, com algumas fibras musculares também se originando no retináculo dos flexores, que se arqueia sobre os ossos do carpo. Em seguida, estende-se distalmente para se inserir na face lateral da base da falange proximal do polegar.

Esse músculo, como o próprio nome sugere, abduz o polegar em sua articulação carpometacarpal, afastando esse dedo da linha média da mão. Sua inervação é realizada através do ramo recorrente do nervo mediano.

Logo abaixo desse músculo, encontramos o músculo flexor curto do polegar, que tem duas cabeças - uma superficial e uma profunda. A cabeça superficial é muito mais larga, tornando um pouco difícil a visualização da cabeça profunda. A cabeça superficial se origina no tubérculo do osso trapézio e no retináculo dos flexores sobrejacente, enquanto a cabeça profunda se origina nos ossos trapezoide e capitato.

As fibras musculares das duas cabeças convergem para um ventre muscular único que se estende distalmente para se inserir na face lateral da base da falange proximal do polegar. Este músculo trabalha em conjunto com o músculo flexor longo do polegar flexionando o polegar na articulação carpometacarpal. Esse músculo também recebe a maior parte do seu suprimento nervoso do ramo recorrente do nervo mediano. A cabeça profunda também recebe fibras nervosas do nervo ulnar.

O próximo músculo do grupo tenar é o músculo oponente do polegar. Ele está localizado profundamente aos outros músculos da eminência tenar, então precisamos removê-los para mostrá-lo melhor. Esse pequeno músculo se origina no tubérculo do osso trapézio e no retináculo dos flexores sobrejacente. Estende-se distalmente sobre a face palmar do corpo do primeiro metacarpal e se insere em sua borda radial.

A principal função do músculo oponente do polegar é realizar o movimento de oposição do polegar. A oposição é um movimento complexo composto por uma combinação de adução, flexão e rotação medial do polegar na articulação carpometacarpal. Em termos práticos, a oposição é a ação de colocar a ponta do polegar em contato com qualquer outra ponta de dedo da mesma mão. Por que você não experimenta? Esse movimento é frequentemente usado para pegar algo pequeno ou para segurar uma caneta. O músculo oponente do polegar geralmente recebe sua inervação através do ramo recorrente do nervo mediano. No entanto, às vezes também pode receber contribuição do ramo terminal profundo do nervo ulnar.

Chegamos ao último músculo do grupo de músculos tenares – o músculo adutor do polegar. Lembre-se, o adutor do polegar nem sempre é incluído nesse grupo. Esse músculo tem duas cabeças - uma cabeça transversa e uma cabeça oblíqua - que recebem seus nomes de acordo com a direção de suas fibras musculares.

A cabeça transversa se origina na base do osso metacarpal do dedo médio. Já a cabeça oblíqua se origina no osso capitato e nas bases palmares dos metacarpais dos dedos indicador e médio. Os dois ventres musculares convergem para formar um ventre único que se estende lateralmente em direção ao primeiro metacarpal, e se insere na base da falange proximal desse dedo, assim como no capuz extensor.

Como o próprio nome sugere, o músculo é um forte adutor do polegar na articulação carpometacarpal. Quando o músculo se contrai, ele puxa o polegar em direção ao dedo indicador a partir de uma posição abduzida. Esse músculo também trabalha em conjunto com o oponente do polegar para facilitar os estágios posteriores da oposição. A inervação das duas cabeças do adutor do polegar é realizada pelo ramo terminal profundo do nervo ulnar.

Vamos ver agora o último grupo de músculos da mão, os músculos hipotenares.

Os músculos hipotenares também são encontrados na palma da mão, mas na face ulnar, proximais ao dedo mínimo. Mais especificamente, os músculos se localizam na região palmar medial da mão, na eminência hipotenar. Essa eminência é criada pelos quatro pequenos músculos hipotenares – o palmar curto, o abdutor do dedo mínimo, o flexor do dedo mínimo e o músculo oponente do dedo mínimo. Vamos aprender um pouco mais sobre eles.

O músculo palmar curto é o mais superficial de todos os músculos hipotenares. Embora esse músculo esteja localizado na região hipotenar, nem sempre é considerado parte desse grupo, pois ele não se insere e nem atua no dedo mínimo. Por isso, às vezes é classificado como um músculo superficial separado dessa região. Esse pequeno músculo quadrangular origina-se na aponeurose palmar da mão com algumas fibras também originadas no retináculo dos flexores do punho. Ele cruza medialmente para se inserir na pele da região hipotenar.

O músculo palmar curto é muito útil quando estamos fazendo flexões na academia ou segurando uma bola, pois ele tensiona a aponeurose palmar durante sua contração. Esse tensionamento enruga a pele da região hipotenar e aprofunda a fossa palmar, ajudando-nos a posicionar e estabilizar a palma da mão enquanto seguramos algo. A inervação do músculo é realizada pelo ramo superficial do nervo ulnar.

Profundamente ao músculo palmar curto, encontramos o músculo abdutor do dedo mínimo. Seu nome nos diz exatamente qual é a sua função e onde está localizado. Esse músculo curto da região hipotenar origina-se principalmente no osso pisiforme. No entanto, algumas fibras musculares também se originam do ligamento piso-hamato, que se estende entre os ossos pisiforme e hamato, e do tendão do músculo flexor ulnar do carpo. Suas fibras musculares convergem em um único tendão que cursa distalmente e se insere na face ulnar da expansão extensora e na base da falange proximal do dedo mínimo.

A principal função do músculo abdutor do dedo mínimo é abduzir o dedo mínimo, afastando-o do seu dedo vizinho, o dedo anelar. Esse músculo também flexiona o dedo mínimo nas articulações metacarpofalângica e interfalângica proximal. Esses movimentos são importantes para segurar objetos grandes, como quando você segura uma bola de basquete. E, voltando lá para o início dessa videoaula, esse é o músculo que a pobre pianista pode ter estirado, abduzindo aquele dedo mínimo excessivamente.

A inervação do músculo abdutor do dedo mínimo é fornecida pelo ramo profundo do nervo ulnar.

O próximo músculo da região hipotenar que vamos ver é o músculo flexor curto do dedo mínimo. Esse músculo está localizado logo abaixo e lateralmente ao músculo abdutor do dedo mínimo. Ele se origina no hâmulo do hamato e na face medial do retináculo dos flexores. Em seguida, estende-se distalmente para se inserir junto com o músculo abdutor do dedo mínimo na face medial da base da falange proximal do dedo mínimo.

O músculo flexor curto do dedo mínimo, como o próprio nome sugere, é responsável pela flexão do dedo mínimo na articulação metacarpofalângica, e também contribui para uma leve rotação lateral. Esse músculo é inervado pelo ramo profundo do nervo ulnar.

O último e mais profundo músculo da região hipotenar é o músculo oponente do dedo mínimo. Esse músculo pequeno está localizado logo abaixo dos músculos flexor curto e abdutor do dedo mínimo. Origina-se principalmente no hâmulo do hamato, mas algumas fibras se irradiam do retináculo dos flexores da mão. As fibras musculares do músculo oponente do dedo mínimo estendem-se distalmente para se inserir nas superfícies ulnar e palmar do metacarpal do dedo mínimo.

O músculo oponente do dedo mínimo, apesar de ser um músculo pequeno, tem algumas funções importantes. Sua principal ação é realizar a flexão e a rotação lateral do dedo mínimo em sua articulação carpometacarpal. Esse movimento combinado aprofunda a superfície da palma da mão e ajuda a melhorar a função de preensão. Como o próprio nome sugere, esse pequeno músculo também realiza a oposição do dedo mínimo. Quando combinadas, a flexão e a rotação lateral na articulação metacarpofalângica e a flexão nas articulações interfalângicas movimentam a ponta do dedo mínimo para encontrar a ponta do polegar. O músculo oponente do dedo mínimo também é inervado pelo ramo profundo do nervo ulnar.

E, com isso, acabamos de ver todos os pequenos músculos intrínsecos da mão que trabalham tanto para nos ajudar a digitar, escrever e nos vestir. Antes de terminarmos, vamos dar uma olhada rápida em algumas notas clínicas sobre os músculos da mão.

Como sabemos, os músculos lumbricais se originam dos tendões do músculo flexor profundo dos dedos. Como resultado de uma lesão ou mesmo de uma cirurgia, os tendões do flexor profundo dos dedos podem se separar de seu ponto de inserção. Se isso acontece distalmente aos pontos de origem dos lumbricais, ocorre um fenômeno interessante conhecido como dedo lumbrical-plus. O ponto de inserção do lumbrical passa a servir como superfície de inserção do músculo flexor profundo dos dedos.

Se nos lembrarmos, vimos anteriormente que a inserção distal dos lumbricais ocorre no mecanismo extensor. Isso significa que, no dedo lumbrical-plus, mesmo que uma pessoa ative conscientemente o músculo flexor, essa força é transmitida para o mecanismo extensor e não para a inserção do tendão flexor. Com isso, na tentativa de fechar o punho e flexionar os dedos nas articulações interfalângicas distais, ocorre uma extensão paradoxal da articulação interfalângica distal do dedo afetado. Esse fenômeno é mais comumente identificado no segundo lumbrical, afetando, assim, o dedo médio.

O exame físico geralmente envolve testar a capacidade do paciente de fechar o punho, com o objetivo de avaliar quaisquer sinais de extensão paradoxal dos dedos nas articulações interfalângicas distais. Esse tipo de lesão é incomum e o seu tratamento envolve intervenções cirúrgicas e conservadoras. O reparo cirúrgico do flexor profundo dos dedos pode ser realizado e geralmente é seguido de fisioterapia, para restaurar a elasticidade e melhorar a força do tendão.

Bom, chegamos ao final desta videoaula. Antes de terminarmos, vamos fazer um breve resumo para reforçar tudo o que vimos hoje.

Aprendemos sobre os músculos intrínsecos da mão e exploramos como podem ser classificados em três grupos: os músculos metacarpais, os músculos tenares e os músculos hipotenares. Identificamos os músculos metacarpais começando com os interósseos dorsais. Esses quatro músculos se originam nos metacarpais dos dedos indicador, médio, anelar e mínimo e se estendem para se inserirem nas falanges proximais e nas expansões extensoras dos dedos correspondentes. Esses músculos abduzem os dedos e são inervados pelo ramo profundo do nervo ulnar.

Na superfície palmar da mão, encontramos os interósseos palmares. Esses são três músculos que se originam dos metacarpais dos dedos indicador, anelar e mínimo. O dedo médio não possui músculo interósseo palmar. Esses músculos se estendem para se inserirem nas falanges proximais correspondentes e nas suas expansões extensoras. Ao contrário dos interósseos dorsais, esses músculos aduzem os dedos e são igualmente inervados pelo ramo profundo do nervo ulnar.

O grupo muscular final dos músculos metacarpais são os músculos lumbricais. Esses quatro músculos se originam nos tendões do músculo flexor profundo dos dedos e se inserem nas expansões extensoras dos dedos, exceto no polegar. Esses quatro músculos realizam a flexão das articulações metacarpofalângicas e a extensão das articulações interfalângicas. Além disso, eles refinam os movimentos dos dedos. Sua inervação é dividida e é feita pelo nervo mediano e pelo nervo ulnar.

Em seguida, demos uma olhada nos quatro músculos que compõem o grupo muscular tenar. Na face radial da palma da mão, vimos primeiro o músculo abdutor curto do polegar. Esse músculo se origina nos ossos escafoide e trapézio e no retináculo dos flexores. Em seguida, cursa distalmente para se inserir na base da falange proximal do polegar. Como o próprio nome diz, ele abduz o polegar na articulação carpometacarpal e é inervado pelo ramo recorrente do nervo mediano.

Em seguida, vimos o músculo flexor curto do polegar, que possui uma cabeça superficial e uma cabeça profunda. Esse músculo se origina nos ossos trapézio, trapezoide e capitato, mas também possui algumas fibras que se originam no retináculo dos flexores. Insere-se na base da falange proximal do polegar. Este músculo realiza a flexão do polegar na articulação carpometacarpal e é inervado pelo ramo recorrente do nervo mediano.

Mais profundamente, encontramos o músculo oponente do polegar. Esse pequeno músculo se origina no osso trapézio e no retináculo dos flexores. Se insere na borda lateral do metacarpal do polegar. Ele é responsável pelo movimento composto de oposição do polegar. É inervado pelo ramo recorrente do nervo mediano.

O último músculo do grupo muscular tenar é o músculo adutor do polegar. Ele tem uma cabeça oblíqua e uma cabeça transversa, que se originam nos ossos metacarpais dos dedos indicador, médio e anelar, bem como no osso capitato. Esse músculo se estende para se inserir na base da falange proximal do polegar e seu capuz extensor. Como o próprio nome sugere, ele aduz o polegar e é inervado pelo ramo profundo do nervo ulnar.

Passando para o último grupo muscular da mão, chegamos aos quatro músculos hipotenares, que são proximais ao dedo mínimo. O primeiro músculo hipotenar é o músculo palmar curto, que se origina na aponeurose palmar e no retináculo dos flexores e se insere na pele da região hipotenar. Esse músculo tensiona a aponeurose palmar, melhorando a força de preensão da mão. Sua inervação é realizada pelo ramo superficial do nervo ulnar.

Logo abaixo do músculo palmar curto vimos o músculo abdutor do dedo mínimo. Este músculo origina-se no osso pisiforme, do ligamento piso-hamato e do tendão do músculo flexor ulnar do carpo. Estende-se para se inserir na falange proximal do dedo mínimo. Ele abduz o dedo mínimo e recebe sua inervação motora do ramo profundo do nervo ulnar.

Em seguida, encontramos o músculo flexor curto do dedo mínimo. Ele se origina no hâmulo do hamato e no retináculo dos flexores e se insere na falange proximal do dedo mínimo. Esse músculo realiza a flexão do dedo mínimo e é inervado pelo ramo profundo do nervo ulnar.

O último dos músculos hipotenares é o músculo oponente do dedo mínimo. Este músculo também se origina no hâmulo do hamato e no retináculo dos flexores. Ele cursa distalmente para se inserir no osso metacarpal do dedo mínimo. Sua função é realizar a flexão e a rotação lateral do dedo mínimo, realizando assim a oposição desse dedo. Ele é inervado pelo ramo profundo do nervo ulnar.

Para finalizar, exploramos um fenômeno inusitado – o dedo lumbrical-plus. Esse fenômeno ocorre quando há uma ruptura traumática ou cirúrgica de um tendão do músculo flexor profundo dos dedos, distalmente à origem do músculo lumbrical. Isso faz com que o próprio músculo lumbrical se torne o ponto de inserção do flexor profundo dos dedos. Demos uma rápida olhada nos sinais e sintomas, na avaliação clínica e no tratamento associados a essa condição.

E é isso! Esperamos que você tenha gostado de aprender sobre os músculos da mão. Até a próxima e bons estudos!