Músculo tríceps braquial
Por que precisamos de um extensor tão poderoso do cotovelo? A gravidade não é suficiente? No dia a dia quando é que precisamos de estender poderosamente nossos cotovelos? A resposta é: não muito frequentemente. A razão pela qual temos um músculo tão poderoso no compartimento extensor do cotovelo é devido aos nossos ancestrais evolutivos que precisavam de extensores poderosos para subir em árvores e pendurar-se em galhos.
A localização do músculo tríceps braquial no compartimento posterior do braço define seu papel. O poder do músculo é apresentado através de suas três cabeças que se originam de diferentes lugares dentro da escápula e do úmero, mas eventualmente se unem para formar o corpo único do músculo que se insere na ulna (cúbito).
Cabeças | Cabeça longa, cabeça medial, cabeça lateral |
Origem |
Cabeça longa: tubérculo infra-glenoide da omoplata Cabeça medial: úmero dorsal distalmente ao sulco radial Cabeça lateral: úmero dorsal proximalmente ao sulco radial |
Inserção | Olecrânio no cúbito |
Vascularização | Artéria braquial profunda (ramo da artéria braquial), artéria circunflexa umeral posterior (ramo da artéria axilar) |
Inervação | Nervo radial e nervo axilar (ramos do plexo braquial) |
Movimentos | Extensão e adução do antebraço; extensão do ombro |
Antagonista | Músculo bicípite braquial |
Este artigo irá abordar todos os importantes factos anatómicos sobre o músculo tríceps braquial, bem como os movimentos que ele provoca.
Anatomia
O tríceps braquial é um grande músculo de três cabeças do braço.
- Cabeça longa: se origina do tubérculo infra-glenoidal da escápula (infra-glenoide da omoplata). Dali ele cursa entre o redondo maior e o redondo menor e divide o espaço axilar em duas metades.
- Cabeça medial: possui sua origem no úmero dorsal distalmente ao sulco radial. Suas fibras são conectadas com o septo intermuscular medial.
- Cabeça lateral: se origina no úmero dorsal proximalmente ao sulco radial, onde é fixado ao septo intermuscular lateral.
As três cabeças juntas formam um espesso tendão que se insere no olécrano da ulna (olecrânio do cúbito), à cápsula articular do cotovelo e à fáscia do antebraço.
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Sob o tendão do tríceps encontra-se uma importante bursa prevenindo fricção excessiva do tendão com o olécrano (olecrânio) - bursa subtendínea do tríceps braquial (bursa subtendinosa do tríceps braquial).
Inervação
O nervo radial (C6-C8), que inerva o tríceps, está em íntima relação com o músculo. Primeiramente ele corre dentro do sulco radial do úmero onde é coberto pelas cabeças medial e lateral do tríceps. Dali ele cursa para a fossa cubital ao longo do sulco bicipital lateral entre o tríceps e o bíceps (bicípite).
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Devido ao seu curso superficial o tríceps determina o contorno dorsal do braço. A porção proximal do tríceps é parcialmente coberta pelo deltoide. Tanto a cabeça lateral quanto a longa podem ser facilmente palpadas, enquanto a cabeça medial encontra-se mais profundamente, já que é coberta pelas outras duas.
Função
O tríceps é o mais importante músculo extensor do cotovelo. Nessa função a cabeça medial é a mais ativa de todas as três. Seus antagonistas (particularmente o bíceps (bicípite) e o braquial) são fisiologicamente mais poderosos que o tríceps, motivo pelo qual nós apresentamos uma leve dobra do cotovelo quando nossos braços encontram-se livres em repouso.
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Além disso, a cabeça longa do tríceps também cruza a articulação do ombro, tornando-a a única parte biarticular do tríceps. Durante a contração ela puxa o braço em direção ao tronco (adução) e para trás (retroversão). As fibras distais do tríceps cumprem outra tarefa: a proteção da cápsula articular do cotovelo durante movimentos extremos de extensão.
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Nota clínica
Devido à posição superficial do músculo, o tríceps pode ser facilmente lesado em acidentes. As causas mais comuns são uma flexão forçada contra o tríceps contraído bem como golpes diretos ao cotovelo durante atividades físicas. Sintomas clássicos incluem dor, edema e uma severa perda de capacidade extensora do cotovelo. Uma real ruptura do tendão do tríceps, por outro lado, ocorre muito raramente e é frequentemente associada com um tendão previamente danificado, ex.: devido a bursite crônica, artrite reumatóide ou síndrome de Marfan, ou uma ruptura óssea completa do olécrano.
Durante o exame físico, o tríceps serve como um músculo de referência para as raízes neurais de C7 e C8. Clinicamente essas são testadas através do reflexo tendinoso do tríceps, no qual um golpe é dado na inserção do tendão com um martelo de reflexo, e ativa uma contração reflexa do músculo.
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Kim Bengochea, Universidade de Regis, Denver