Sistema de condução do coração
O coração é um órgão do sistema cardiovascular e gera seus próprios impulsos elétricos que cursam um trajeto próprio, especialmente desenhado para ajudar na distribuição de um potencial de ação através do músculo cardíaco.
Os nós e redes das células “especializadas” do coração constituem o sistema de condução cardíaca. Os componentes deste sistema são os nós sinoatrial e aurículo-ventricular, o feixe aurículo-ventricular, com os seus ramos esquerdo e direito e o plexo subendocárdico das células de condução ventricular (fibras de Purkinje).
O ritmo de pacemaker do coração é gerado ao nível deste sistema, sendo influenciado por nervos e transmitido especificamente das aurículas até aos ventrículos e, a partir daí, a toda a musculatura.
Potenciais de ação | Sistema de condução dos potenciais de ação do coração: nó sinoatrial -> nó aurículo-ventricular -> feixe de His -> fibras de Purkinje |
Nota clínica |
Bradicardia sinusal: frequência cardíaca -> menor que 60 bpm Ritmo cardíaco normal: frequência cardíaca -> 60-100 bpm Taquicardia sinusal: frequência cardíaca -> superior a 100bpm |
Esse artigo irá explicar o sistema de condução do coração e mencionar possíveis alterações patológicas que se relacionam diretamente com ele.
Anatomia
Antes de entrar no sistema de condução cardíaco propriamente dito, assista a videoaula abaixo caso você quiera se familiarizar melhor com a anatomia do órgão.
O sistema de condução do coração é composto de cinco elementos principais, que são mencionados aqui na ordem em que chegam os potenciais de ação.
Nó sinoatrial
O nó sinoatrial é o marcapasso do coração, e está localizado superior ao sulco terminal do átrio (aurícula) direito, próximo à abertura da veia cava superior. Esse feixe de tecido nervoso propaga os impulsos elétricos e portanto governa o ritmo sinusal de minuto a minuto. Se esse nó falhar, o nó atrioventricular (aurículo-ventricular) possui a capacidade de assumir o papel de marcapasso.
Nó atrioventricular (aurículo-ventricular)
O nó atrioventricular (aurículo-ventricular) também está localizado no átrio direito, em um nível que o dispõe póstero-inferiormente ao septo interatrial (interauricular) e próximo à cúspide septal da valva (válvula) tricúspide. Ele recebe e continua os potenciais de ação produzidos pelo nó sinoatrial e em alguns casos pode mesmo propagar alguns potenciais de ação próprios. Essa área cobre os átrios (aurículas) do coração, assim como faz o nó sinoatrial.
Feixe de His
O feixe de His é uma coleção de fibras nervosas que se encontram no septo interatrial (interauricular). Eles encaminham os impulsos elétricos do nó atrioventricular e os enviam para os ramos direito e esquerdo. Os ramos direito e esquerdo são um acúmulo contínuo de nervos que inervam os ventrículos e o septo interventricular do coração.
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O lado direito possui um único feixe que atinge o ápice do ventrículo direito antes de se curvar sobre si mesmo e voltar ao longo do lado direito do coração.
O lado esquerdo possui uma divisão anterior e posterior. A divisão anterior cursa ao longo do ventrículo direito através de sua parede anterossuperior, enquanto a divisão posterior se comporta da mesma forma que o ramo direito e circula ao redor do lado esquerdo do coração após atingir seu ápice.
Fibras de Purkinje
Os feixes terminais de tecido nervoso são conhecidos como fibras de Purkinje, e essas são responsáveis por garantir que cada pequeno grupo de células é atingido pelo estímulo elétrico, de forma que uma contração muscular máxima possa ocorrer.
O sistema de condução do coração controla o ritmo cardíaco, porém, ele sofre influência da inervação parassimpatica e simpática. Leia o artigo abaixo para compreender melhor como isso acontece.
Agora que você já aprendeu tudo sobre a inervação e o sistema de condução cardíacos, teste seus conhecimentos.
Nota clínica
Uma arritmia cardíaca ocorre quando o nó sinoatrial produz potenciais de ação que não são capazes de manter o ritmo sinusal, ou que excedem esse ritmo, que se encontra entre sessenta e cem batimentos por minuto.
A bradicardia sinusal é observada quando os impulsos elétricos ocorrem com uma frequência menor que sessenta por minuto, enquanto uma taquicardia sinusal é o oposto, com impulsos em uma frequência maior que cem por minuto.
Deve-se observar que em atletas durante exercício vigoroso, a taquicardia sinusal observada não é patológica, mas sim um esforço do corpo para manter-se em sua homeostase natural ao compensar uma atividade prolongada.