Canal inguinal
O canal inguinal é uma abertura tubular que pode ser encontrada na parede abdominal anterior.
Ele apresenta-se angulado em relação à parede abdominal, e cursa inferior e medialmente, o que o torna um canal oblíquo, com dimensões entre três e meio a cinco centímetros.
O ligamento inguinal cursa paralelo e inferiormente ao canal, e o cruza medialmente, bem próximo à sua origem.
Paredes |
Teto - formado pelos Músculos: oblíquo interno, transverso do abdómen (M) Anterior - formada pelas Aponevroses: oblíquo interno, oblíquo externo (A) Pavimento - formado pelos Ligamentos: inguinal, lacunar (L) Posterior - formada pelo Tendon e pela fáscia transversal (T) Mnemónica: MALT |
Aberturas |
Anel inguinal profundo - no ponto médio do ligamento inguinal Anel inguinal superficial - "defeito" em forma de 'V' na aponevrose do oblíquo externo dentro do triângulo de Hasselbach |
Conteúdos |
Homem: cordão espermático e nervo ilioinguinal Mulher: ligamento redondo do útero e nervo ilioinguinal (*o nervo ilioinguinal entra no escroto através do anel superficial, mas não viaja através do canal inguinal) |
Conteúdos do cordão espermático |
3 artérias: testicular, cremasterica e deferente 3 camadas fasciais: espermática externa, cremastérica, espermática interna 3 nervos: ramo genital do nervo genitofemoral, fibras simpáticas, nervo ilioinguinal |
Nota clínica | Hérnias |
Este artigo irá discutir a importância do canal inguinal, incluindo os seus limites, conteúdo e importância clínica.
Os anéis inguinais superficial e profundo
Os anéis inguinais limitam o canal inguinal superior e inferiormente. Eles são a entrada e a saída do tubo.
O anel inguinal profundo é a entrada interna do canal inguinal, e encontra-se escondida atrás da fáscia transversal. Clinicamente ele pode ser localizado exatamente 1,25 centímetros acima do ponto médio do ligamento inguinal, e está lateral aos vasos epigástricos.
O anel inguinal superficial é a saída externa do canal inguinal. Ele se encontra posterior à aponeurose do oblíquo externo, e localiza-se superior e lateralmente ao tubérculo púbico.
Limites
O limite superior do teto do canal inguinal é constituído pela junção das aponeuroses do músculo oblíquo externo, os arcos músculo-aponeuróticos dos músculos oblíquo interno e transverso abdominal e a fáscia transversal.
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A parede inferior, que atua como assoalho do canal e sustenta as estruturas inguinais contém o ligamento inguinal, o ligamento lacunar e o trato iliopúbico.
O limite anterior é coberto pela aponeurose do músculo oblíquo externo, parte do músculo oblíquo interno e o anel inguinal superficial.
Finalmente, o limite posterior é constituído pela fáscia transversal, o tendão conjunto, que é formado pela foice inguinal, a parte refletida do ligamento inguinal, além do anel inguinal profundo.
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Conteúdo
O conteúdo do canal inguinal varia dependendo do gênero do ser humano em questão.
Nos homens, o cordão espermático pode ser encontrado, enquanto nas mulheres o ligamento redondo do útero está presente. As estruturas comuns incluídas independentemente do gênero são vasos sanguíneos e linfáticos e o nervo ilioinguinal. As estruturas adjacentes que limitam o canal se colapsam em qualquer espaço criado entre as estruturas canaliculares, de forma que nada pode entrar no canal ou se alojar ali.
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Nota clínica
A relevância clínica do canal inguinal é a sua relação com hérnias inguinais diretas e indiretas. Uma hérnia ocorre quando um órgão, mais comumente o intestino delgado, protrude através da parede da cavidade que normalmente o contém. Uma hérnia do canal inguinal ocorre indiretamente quando o saco peritoneal do abdómen entra através do anel inguinal profundo.
Uma hérnia direta pode ocorrer quando o peritônio entra no canal através de sua parede posterior, entre estruturas anatômicas subjacentes que normalmente não demonstravam espaço entre si. Uma hérnia direta é sempre adquirida, enquanto uma hérnia indireta pode ser congênita ou adquirida. Cirurgias podem corrigir tanto as hérnias diretas quanto as indiretas.