Camadas e partes dos dentes
Os dentes são estruturas anatômicas que podem ser encontradas na cavidade oral.
Situados nas arcadas dentárias superior e inferior.
Eles se posicionam sobre uma cartilagem conhecida como gonfose, no interior dos processos alveolares da maxila e da mandíbula.
Estrutura |
Arcadas dentárias superior e inferior; Posicionam-se sobre a gonfose; A raiz dos dentes é mantida pelo ligamento periodontal; Dentes decíduos ou primários: emergem do arco dentário por volta dos seis meses de idade, e começam a se desprender por volta dos seis anos; Dentes permanentes: começam a erupcionar por volta dos sete anos; |
Limites |
Medial e lateral: dentes adjacentes e papilas gengivais; Anterior: vestíbulo oral e mucosa superficial interna do lábio ou da boca; Posterior: língua e cavidade oral; |
Superfícies |
Superfície labial, superfície bucal, superfície facial, superfície lingual, superfície mesial, superfície distal, superfícies oclusais. |
Camadas e partes |
Raiz do dente Coroa do dente: coroa anatômica é a área do dente que é recoberta por esmalte, e a coroa clínica é aquela que é exposta à cavidade oral Esmalte: superfície exterior rígida do dente Cemento: fina camada que cobre a superfície anatômica da raiz Junção cemento-esmalte (JCE) Dentina: tecido rígido que se encontra sob o esmalte Cúspide: elevação oclusiva encontrada na superfície articular dos pré-molares e molares Cavidade pulpar: contém a polpa dentária Cíngulo: elevação convexa na superfície lingual da coroa clínica, logo acima da JCE |
Clínica | Fluorose dentária |
Anatomia
Este artigo irá discutir os limites dos dentes, a macroanatomia dos dentes de forma geral, os dentes decíduos e os dentes permanentes.
Por fim, uma breve visão geral sobre desordens patológicas será mencionada.
Limites
Isso pode variar dependendo de em qual arcada dentária os dentes se encontram, e, assim, primeiramente uma visão geral será concluída, e em seguida pequenas informações específicas extras serão adicionadas, sobre vários dentes.
Superiormente, no caso dos dentes da arcada mandibular e inferiormente, no caso dos dentes da arcada maxilar, existem superfícies articulares para os dentes opostos. O mesmo se aplica de forma invertida no caso da raiz dos dentes, que encontra-se no osso alveolar da maxila ou da mandíbula, respectivamente, sendo mantido preso através de fibras do ligamento periodontal.
Medial e lateralmente, os dentes adjacentes e as papilas gengivais envolvem cada dente. O vestíbulo oral e a mucosa superficial interna do lábio ou da boca recobrem os dentes anteriormente. Posteriormente a língua e a cavidade oral limitam os dentes.
No osso alveolar, localizado no ápice de cada dente existe um plexo de fibras nervosas, vasos e linfáticos, que cursam ao redor da arcada dentária, vascularizando os dentes.
Na maxila, do segundo pré-molar ao terceiro molar superior, encontra-se o seio maxilar. As raízes dos molares da arcada dentária superior frequentemente ressaltam para o interior do seio, o que causa complicações quando eles se desprendem ou são extraídos. Entre as raízes do primeiro e segundo pré-molares superiores encontra-se o forame mentual, que leva o nervo mentoniano e deve ser anestesiado se qualquer um destes dentes for extraído.
Superfícies
Primeiramente, antes de discutir as camadas e partes dos dentes em geral, as superfícies dos dentes serão mencionadas. A superfície labial de um dente é a mais próxima do lábio. A superfície bucal é seu equivalente para os dentes posteriores, que possuem uma superfície que encontra-se mais próxima da bochecha. A superfície facial é simplesmente um sinônimo para as superfícies labial ou bucal.
A superfície lingual é aquela que relaciona-se à língua na arcada dentária inferior, e a equivalente para a arcada superior é a superfície palatina. As superfícies mesial e distal dos dentes são mais próximas ou mais distantes da linha média, respectivamente. As superfícies oclusais são utilizadas para a mastigação e articulação nos dentes posteriores, enquanto as suas equivalentes nos dentes anteriores são conhecidas como borda incisal.
Camadas e Partes
A coroa do dente é categorizada como coroa anatômica ou coroa clínica. A coroa anatômica é a área do dente que é recoberta por esmalte, e a coroa clínica é aquela que é exposta à cavidade oral. A mesma subcategorização ocorre para a raiz do dente, no que diz respeito ao cemento. O ápice da raiz contém uma pequena abertura, que permite que os nervos e vasos entrem na cavidade pulpar. A linha cervical é o marco anatômico da margem entre a coroa e a raiz, e é conhecida como junção cemento-esmalte (JCE).
O esmalte é a superfície exterior rígida do dente, sendo constituído por bastões hexagonais chamados prismas do esmalte dentário, que se dispõem paralelos uns aos outros.
O cemento é uma fina camada que cobre a superfície anatômica da raiz. Ele possui uma composição química semelhante à do osso, e se espessa com a idade.
A dentina é um tecido rígido que se encontra sob o esmalte, envolvendo a cavidade pulpar. Ela constitui a maior porção da estrutura dentária, sendo uma versão modificada do tecido ósseo. É organizada em uma matriz de tubérculos dentários.
Uma cúspide é uma elevação oclusiva encontrada na superfície articular dos pré-molares e molares. A equivalente da cúspide nos dentes anteriores é a crista incisiva.
A cavidade pulpar contém a polpa dentária, que é uma rede de tecido conectivo frouxo que abriga os nervos e vasos que suprem o dente. É separada em câmara pulpar na coroa do dente e canal pulpar, que localiza-se na raiz do dente.
O cíngulo é uma elevação convexa na superfície lingual da coroa clínica, logo acima da junção cemento-esmalte.
Dentes decíduos
Os dentes decíduos ou primários são o primeiro conjunto de dentes infantis que emergem do arco dentário por volta dos seis meses de idade, e começam a se desprender por volta dos seis anos.
Eles são utilizados para a fala e a alimentação, enquanto os brotos dentários permanentes amadurecem no osso alveolar. Conforme os dentes de leite se desprendem, um espaço é criado para que os dentes permanentes erupcionem e permaneçam em sua posição pelo resto da vida do indivíduo. Esses dentes são pequenos e menos numerosos. Existem somente cinco dentes de leite em cada quadrante, assim, dez em cada arcada dentária, não existindo pré-molares e somente dois molares.
Dentes permanentes
Os brotos dentários permanentes existem no momento do nascimento, mas levam tempo para amadurecer e erupcionar na cavidade oral.
Os dentes permanentes são:
- muito maiores
- com esmalte e dentina mais espessos
- câmaras pulpares menores
- raízes mais longas e mais numerosas
- cúspides maiores
Eles começam a erupcionar por volta dos sete anos, conforme os dentes primários começam a se desprender, e uma vez que estejam completamente posicionados eles precisam de cerca de seis meses para completar a sua maturação. Esse processo de amadurecimento permite que o esmalte se torne mais rígido e resistente a alimentos ácidos e bactérias.
Nota Clínica
Fluorose dentária
A fluorose é um distúrbio comum que ocorre em crianças pequenas. Ela causa manchas nos dentes e pode ser leve a severa, dependendo do excesso de flúor que a criança ingere.
Manchas brancas nas partes inferiores da coroa, próximas à crista incisiva dos dentes anteriores são típicas. O flúor é essencial para o amadurecimento dos dentes novos e para a prevenção da queda dentária, entretanto excesso de flúor pode causar enfraquecimento da estrutura do esmalte, bem como descoloração permanente da mesma.