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Meninges do encéfalo e da medula espinal

Videoaula recomendada: Sistema nervoso [25:06]
Órgãos e nervos principais do sistema nervoso.
Meninges do cérebro

As meninges são as três membranas que revestem o encéfalo e a medula espinal e os separam das paredes ósseas que os protegem (crânio e coluna vertebral). Baseado na sua localização, as meninges são chamadas de meninges cranianas, que revestem o encéfalo, e de meninges espinais, que revestem a medula espinal. Entretanto, as meninges cranianas e espinais são contínuas entre si e são formadas pelas mesmas três camadas. De superficial para profundo as meninges são:

  • Dura-máter, também conhecida como paquimeninge 
  • Aracnoide 
  • Pia-máter

Essas camadas formam três importantes espaços potenciais: o espaço epidural, o espaço subaracnóideo e o espaço epidural. A função das meninges é proteger o encéfalo e a medula espinal de traumas mecânicos, fornecer suporte aos vasos sanguíneos e formar uma cavidade contínua preenchida por líquido cefalorraquidiano (LCR). Especificamente, o LCR está entre as duas camadas meníngeas internas (aracnoide e pia-máter), que juntas são denominadas leptomeninges.

Este artigo vai discutir a anatomia e a função das meninges cranianas e espinais.

Informações importantes sobre as meninges
Definição Três camadas membranosas que revestem o encéfalo e a medula espinal
Meninges e espaços meníngeos Meninges: Dura-máter, aracnoide e pia-máter
Espaços meníngeos:
Espaço epidural, espaço subdural, espaço subaracnóideo
Função Proteção mecânica do encéfalo e da medula espinal, suporte aos vasos sanguíneos cerebrais e medulares, passagem para o líquido cefalorraquidiano (LCR)
Conteúdo
  1. Dura-máter
  2. Aracnoide
    1. Granulações aracnóideas
    2. Cisternas subaracnóideas
  3. Pia-máter
  4. Meninges espinais
    1. Dura-máter espinal
    2. Aracnoide espinal
    3. Pia-máter espinal
  5. Espaços meníngeos
    1. Espaço epidural
    2. Espaço subdural
    3. Espaço subaracnóideo
  6. Notas clínicas
    1. Hemorragia epidural
    2. Hemorragia subdural
    3. Hemorragia subaracnóidea
  7. Referências
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Dura-máter

A dura-máter craniana é a camada meníngea mais externa, formada por tecido conjuntivo denso irregular. Ela é formada por duas camadas:

  • A camada superficial é a dura craniana periosteal. Ela reveste internamente os ossos da abóbada craniana, agindo como um periósteo do crânio. 
  • A camada profunda é a dura craniana meníngea, que é superficial à aracnoide.

As duas camadas estão firmemente aderidas entre si, exceto nos locais em que elas se separam para formar os seios venosos durais. Nesses locais a camada meníngea se projeta internamente, em direção ao tecido cerebral, formando septos fibrosos que separam parcialmente a cavidade craniana. Esses septos fibrosos dentro do crânio são: 

  • A foice do cérebro, que é o maior septo fibroso. Ela se estende ao longo da linha média na superfície interna da calvária, desde a crista etmoidal até a protuberância occipital interna. Ela separa os hemisférios cerebrais direito e esquerdo e forma os seios sagitais superior e inferior. Posteriormente, a foice do cérebro se conecta ao tentório do cerebelo. 
  • O tentório do cerebelo, que se expande em um plano transversal a partir da superfície interna do osso occipital. Ele separa o cérebro do cerebelo e forma os seios transverso, reto e petroso superior. O tentório divide o espaço intracraniano nos compartimentos supratentorial e infratentorial, que contêm o prosencéfalo e o rombencéfalo, respectivamente. 
  • A foice do cerebelo, que se projeta a partir da linha média do osso occipital. Ela separa os hemisférios do cerebelo e forma o seio occipital. 
  • O diafragma da sela, que é uma membrana plana que reveste a glândula hipófise e forma um teto sobre a fossa hipofisária. Aqui são encontrados os seios intracavernosos anterior e posterior.

A dura-máter reveste o gânglio trigeminal, formando um compartimento conhecido como cavo trigeminal (cavo de Meckel).

Aracnoide

A aracnoide craniana é uma camada que se assemelha a uma teia de aranha e se localiza entre a dura-máter e a pia-máter. O espaço potencial entre a aracnoide e a dura-máter é chamado de espaço subdural e, de acordo com alguns autores, contém uma camada muito fina de fluido. O espaço entre a aracnoide e a pia-máter é chamado de espaço subaracnóideo e é preenchido por líquido cefalorraquidiano (LCR), também conhecido como líquor. além disso, as artérias e veias cerebrais se localizam neste espaço.

A superfície externa da aracnoide se conecta à dura-máter, formando uma barreira que previne o vazamento do LCR para o espaço subdural. No local em que a dura-máter forma os seios venosos, a aracnoide possui protrusões com aparência de cogumelos chamadas de granulações aracnóideas. A superfície interna da aracnoide possui projeções fibrosas chamadas de trabéculas aracnóideas que atravessam o espaço subaracnóideo e se conectam à superfície externa da pia-máter. Por causa de suas semelhanças embrionárias e celulares a pia-máter a aracnoide são, juntas, chamadas de leptomeninges.

Granulações aracnóideas

As granulações aracnóideas (corpos de Pacchioni) são protrusões da aracnoide que perfuram a dura-máter e se insinuam no lúmen dos seios venosos durais. O centro de cada granulação aracnóidea é contínuo com o espaço subaracnóideo e, portanto, contém líquido cefalorraquidiano.

O LCR se difunde através das granulações aracnóideas e alcança os seios venosos durais. Por isso, a função das granulações aracnóideas é permitir uma drenagem contínua do fluido cefalorraquidiano do espaço subaracnóideo para o sistema vascular. É importante que a drenagem do LCR esteja em balanço com sua produção, que é feita pelo plexo coroide, permitindo a manutenção de uma quantidade constante de  LCR no encéfalo (normalmente cerca de 150 mililitros). Como o crânio é rígido, um aumento da quantidade de LCR no encéfalo aumenta a pressão intracraniana e pode causar várias alterações neurológicas (ex: hidrocefalia).

Cisternas subaracnóideas

A aracnoide não segue de forma precisa o contorno do encéfalo. Na verdade, em certos locais ela se separa completamente da pia-máter, formando assim as expansões do espaço subaracnóideo, que são chamados de cisternas subaracnóideas. Existem 10 cisternas subaracnóideas principais no encéfalo que são contínuas entre si pelo espaço subaracnóideo. São elas: 

  1. Cisterna magna (cisterna cerebelobulbar) 
  2. Cisterna pré-pontina 
  3. Cisterna quiasmática 
  4. Cisterna quadrigeminal 
  5. Cisterna (ou fossa) interpeduncular 
  6. Cisterna ambiente (ou ambiens)
  7. Cisternas crural e carotídea 
  8. Cisterna da fossa cerebral lateral (cisterna de Sylvius) 
  9. Cisterna cerebelopontina (ou cisterna do ângulo pontocerebelar)
  10. Cisterna da lâmina terminal

Aprenda mais sobre as cisternas subaracnóideas com videoaulas, testes, artigos e diagramas.

Pia-máter

A pia-máter craniana é uma membrana altamente vascularizada que segue intimamente o contorno do encéfalo. Ela não reveste diretamente a superfície do encéfalo, mas está separada dele por um fino espaço chamado de espaço subpial formado pelos podócitos dos astrócitos. Muitos vasos sanguíneos superficiais do encéfalo estão relacionados à pia-máter. Entretanto, como ela é uma membrana muito fina, esses vasos sanguíneos estão em parte dentro da espessura da pia-máter e em parte suspensos pelo trabeculado aracnóideo.

A função da pia-máter é separar fisicamente o tecido neural dos vasos sanguíneos no espaço subaracnóideo, aumentando a eficácia da barreira hemato-encefálica. Além disso, ela contribui na degradação dos neurotransmissores, prevenindo sua ação prolongada no tecido nervoso.

Complete o teste abaixo para avaliar seu conhecimento sobre as meninges e vasos superficiais do encéfalo.

Meninges espinais

Dura-máter espinal

A dura-máter da medula espinal se difere daquela do encéfalo por só conter uma  única camada, a camada meníngea. A camada periosteal não existe, pois o canal vertebral, ao contrário do crânio, possui seu próprio periósteo. A dura-máter espinal se conecta à membrana tentorial e ao ligamento longitudinal posterior superiormente. Inferiormente ela se estende até o nível da vértebra S2, se estendendo portanto abaixo da terminação da medula espinal (L1-L2).

O espaço entre a dura-máter espinal e o periósteo da coluna vertebral é chamado de espaço epidural. Ele é preenchido por tecido conjuntivo frouxo e tecido adiposo e é atravessado pelos plexos venosos vertebrais internos anterior e posterior.

Aracnoide espinal

A aracnoide da medula espinal é contínua com aquela do encéfalo. Entre ela e a dura-máter espinal existe um fino espaço subdural existindo entre elas, estando elas bem próximas. Profundamente a aracnoide está a pia-máter espinal e entre a aracnoide e a pia-máter existe o espaço subaracnóideo. Esse espaço se expande ao nível do cone medular da medula espinal, formando a cisterna lombar.

A cisterna lombar se estende de L1-S2 e contém as raízes dorsais e ventrais dos nervos espinais L2-Co (cauda equina). Ela é clinicamente significativa, pois é o local de punção lombar (extração de líquido cefalorraquidiano para análises bioquímica, microbiológica e citológica ou local de aplicação de certos medicamentos).

Pia-máter espinal

A pia-máter espinal se continua com a pia-máter craniana ao nível do forame magno. Ela reveste intimamente a medula espinal, contendo plexos vasculares para o tecido da medula espinal. Do ápice do cone medular, a pia-máter dá origem a projeções fibrosas chamadas de filo terminal (filum terminale). O filo terminal se estende cerca de 20 centímetros inferiormente e se conecta ao periósteo da primeira vértebra coccígea.

Começando ao nível do forame magno até o nível da vértebra T12, a pia-máter espinal mostra 21 pares de projeções ligamentares laterais que passam através da aracnoide e se fixam à dura-máter espinal. Essas projeções são chamadas de ligamentos denticulados (ou denteados). Cada par de ligamento denticulado se localiza na metade do caminho entre o par subsequente de nervos espinais. A função dos ligamentos denticulados é posicionar e manter a medula espinal no lugar.

Espaços meníngeos

Os espaços meníngeos são os espaços entre as camadas meníngeas. Existem três espaços meníngeos clinicamente significativos: epidural, subdural e subaracnóideo. Nós descrevemos a anatomia de cada uma desses espaços no texto acima, mas gostaríamos de recapitular as informações mais importantes e resumi-las nos próximos parágrafos.

Espaço epidural

“Epi”é um prefixo que quer dizer “acima”. Assim, deve ser fácil se lembrar que o espaço epidural craniano é um espaço potencial entre a camada superficial da dura máter e a calvária. Por outro lado, o espaço epidural espinal está localizado entre a dura máter espinal e os tecidos que revestem o canal vertebral.

O espaço epidural é o local de aplicação da anestesia epidural. O procedimento pode ser feito em qualquer nível vertebral e a escolha depende da região do corpo que se quer anestesiar para um procedimento obstétrico/cirúrgico. O anestésico aplicado (ex: lidocaína) age nas raízes espinais locais, resultando em analgesia (alívio da dor).

Espaço subdural

“Sub” é um prefixo que quer dizer “ abaixo”. Então o espaço subdural é um espaço potencial entre a dura-máter e a aracnoide. O espaço subdural espinal é contínuo com o espaço subdural craniano. Ambos são estreitos e provavelmente contêm um pequeno filme de fluido.

Espaço subaracnóideo

O espaço subaracnóideo é o espaço entre a aracnoide e a pia-máter. Ele contém líquido  cefalorraquidiano (LCR) e grandes vasos sanguíneos e faz expansões conhecidas como cisternas. Os espaços subaracnóideos do crânio e da coluna vertebral são contínuos entre si, criando uma rota fechada para circulação de LCR. Vamos recapitular a rota do líquido cefalorraquidiano para entendermos a continuidade do espaço subaracnóideo.

  • O LCR é formado pelas células do plexo coroide dentro das paredes dos ventrículos cerebrais. O líquido passa dos ventrículos laterais para o terceiro ventrículo e então para o quarto ventrículo. 
  • Do quarto ventrículo, o LCR passa para o canal central da medula espinal e pelas cisternas interpeduncular e quadrigeminal. 
  • O LCR então chega no espaço subaracnóideo do encéfalo e da medula espinal, circulando nele.
  • Finalmente, o LCR é reabsorvido nos seios venosos durais por difusão pelas granulações aracnóideas no espaço subaracnóideo craniano.

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Kim Bengochea Kim Bengochea, Universidade de Regis, Denver
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