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Nervos espinais

Videoaula recomendada: Sistema nervoso [25:06]
Órgãos e nervos principais do sistema nervoso.

Os nervos espinais, também conhecidos como nervos espinhais, fazem parte do sistema nervoso periférico (SNP). É através dessas estruturas que o sistema nervoso central (SNC) recebe informações sensitivas vindas da periferia do corpo e envia de volta informações motoras para essas mesmas regiões.

Os nervos espinais são formados por fibras motoras, sensitivas, e autonômicas. Existem 31 pares de nervos espinais que emergem da medula espinal.

Informações importantes sobre os nervos espinais
Origens Raízes ventral (anterior) e dorsal (posterior)
Divisões regionais (segmentação) 8 pares de nervos cervicais
12 pares de nervos torácicos
5 pares de nervos lombares
5 pares de nervos sacrais
1 par de nervo coccígeo
Funções Receber informação sensitiva da periferia e enviá-la ao SNC
Receber informação motora do SNC e enviá-la a periferia
Notas clínicas Compressão nervosa
Hérnia de disco
Estenose do canal vertebral

Este artigo vai discutir a anatomia e a função dos nervos espinais.

Conteúdo
  1. Terminologia
  2. Raízes ventral (anterior) e dorsal (posterior)
    1. Trajeto dos nervos espinais
    2. Tipos de fibras
    3. Dermátomos e miótomos
  3. Funções dos nervos espinais
    1. Reflexos espinais
    2. Reflexo de estiramento
    3. Reflexo flexor
  4. Notas clínicas
    1. Compressão nervosa
    2. Hérnia de disco
    3. Estenose do canal vertebral
  5. Referências
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Terminologia

Antes de aprofundarmos na anatomia dos nervos espinais, vamos listar os termos anatômicos mais comumente usados em neuroanatomia para facilitar a compreensão do texto:

Termos comuns em neuroanatomia
Ventral Anterior, em direção à fronte
Dorsal Posterior, em direção ao dorso
Rostral Na frente (em direção ao nariz ou ao rosto)
Caudal Na direção inferior (em direção ao cóccix)
Cranial Na direção superior (em direção ao crânio)
Ipsilateral Do mesmo lado
Contralateral Do lado oposto
Bilateral Em ambos os lados

Raízes ventral (anterior) e dorsal (posterior)

Os nervos espinais se originam da medula espinal como filamentos nervosos, também conhecidos como radículas nervosas. Essas radículas possuem uma mistura de fibras sensitivas e motoras, e se unem para formar as raízes nervosas. Em cada segmento, as radículas que emergem do aspecto anterolateral da medula espinal convergem para formar a raiz ventral (anterior), enquanto as radículas que emergem do aspecto posterolateral da medula espinal convergem para formar a raiz dorsal (posterior). Por sua vez, as raízes ventral e dorsal se unem para dar origem ao nervo espinal. Assim, cada nervo espinal é formado pela união de uma raiz ventral e uma raiz dorsal, que por sua vez são formadas por cerca de oito radículas nervosas, cada uma.

As raízes ventrais contêm fibras nervosas eferentes, ou seja, fibras que levam estímulos do SNC para as estruturas periféricas. Os corpos celulares dos neurônios das raízes anteriores estão localizados na substância cinzenta da medula espinal. Os axônios dos neurônios motores que controlam os músculos esqueléticos e os dos neurônios autonômicos pré-ganglionares estão localizados nas raízes anteriores.

A raiz dorsal contém fibras nervosas aferentes, que levam a informação sensitiva do tronco e dos membros para o SNC. Os corpos celulares dos neurônios da raiz posterior não estão localizados na substância cinzenta da medula espinal, mas sim em uma estrutura chamada de gânglio espinal, ou gânglio dorsal, uma pequena tumefação em cada raiz dorsal.

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Existem 31 pares de nervos espinais, nomeados a partir das suas vértebras correspondentes. A maior parte deles deixa o canal vertebral através do forame intervertebral situado abaixo da sua vértebra correspondente. Portanto, existem 12 pares de nervos espinais torácicos, 5 pares de nervos espinais lombares, 5 pares de nervos espinais sacrais e um par de nervos coccígeos.

Os nervos espinais cervicais, entretanto, não seguem esse padrão. Os nervos espinais C1-C7 emergem do canal vertebral acima da sua vértebra correspondente, com um oitavo par de nervos espinais emergindo abaixo da vértebra C7, o que significa que existe um total de 8 pares de nervos espinais cervicais, apesar de existem apenas 7 vértebras cervicais.

Outro ponto que vale a pena mencionar é que a estrutura óssea do sacro é diferente do restante da coluna vertebral, já que não há forames intervertebrais na região sacral. Assim, os nervos espinais cursam pelos forames sacrais, que são análogos aos forames intervertebrais dos demais segmentos.

Segmentação dos nervos espinais
Cervicais 8
Torácicos 12
Lombares 5
Sacrais 5
Coccígeos 1
Total 31

Do nível de C1 até o nível de L1/L2, as raízes dos nervos espinais têm de percorrer uma pequena distância desde sua origem até o forame intervertebral correspondente. Caudalmente ao nível de L1/L2, a medula espinal forma uma estrutura chamada de cone medular. É a partir dessa estrutura que as raízes remanescentes dos nervos espinais deixam a medula espinal.

Esses pares de nervos espinais precisam percorrer uma distância maior para sair do canal vertebral. Conforme cursam inferiormente até atingir os forames intervertebrais, esses nervos, se observadas em conjunto, formam uma estrutura semelhante à cauda de um cavalo, que devido a essa aparência é chamada de cauda equina. A dura-máter e a aracnoide (camadas meníngeas) formam o chamado saco dural, que envolve e protege a medula espinal e os nervos espinais nos seus trajetos em direção aos forames intervertebrais. Conforme os nervos deixam o canal vertebral através dos forames vertebrais, essas camadas meníngeas se fundem à superfície do nervo, tornando uma cobertura externa para cada nervo espinal, conhecida como epineuro.

Quer testar seus conhecimentos para conferir se realmente está aprendendo as informações sobre os nervos espinais? Experimente nosso teste abaixo:

Trajeto dos nervos espinais

Após deixar o canal vertebral, o nervo espinal se divide em dois ramos: um maior anterior (ventral) e um menor posterior (dorsal). De maneira geral, os ramos anteriores inervam a pele e os músculos da porção anterior do tronco, enquanto os ramos posteriores inervam os músculos paravertebrais e a pele do dorso. As fibras nervosas que suprem os membros são derivadas dos ramos anteriores, que se redistribuem em redes de nervos chamadas de plexos nervosos. Os ramos anteriores dos nervos espinais cervicais superiores formam o plexo cervical, que inerva a região anterior do pescoço; os ramos anteriores cervicais inferiores e do nervo espinal T1 formam o plexo braquial, que inerva o membro superior; os ramos anteriores lombares inferiores e sacrais superiores formam o plexo lombossacral, que inerva o membro inferior e os ramos torácicos anteriores continuam segmentados (não formam plexos), transformando-se nos nervos intercostais, que se distribuem nos espaços intercostais.

Os ramos comunicantes são responsáveis pela liberação de sinais autonômicos entre os nervos espinais e o tronco simpático. Os nervos espinais podem ter ramos comunicantes cinzentos e brancos. Os ramos comunicantes cinzentos saem de todos os níveis da medula espinal e possuem fibras nervosas pós-ganglionares que vão dos gânglios vertebrais da cadeia simpática até os órgãos alvos. Os ramos comunicantes brancos só deixam a medula espinal entre T1-L2. Eles possuem fibras nervosas pré-ganglionares que vão da medula espinal para os gânglios paravertebrais da cadeia simpática.

Os nervos espinais também dão origem a um ramo meníngeo (sinovertebral) que fornece inervação sensitiva e vasomotora para as meninges espinais.

Tipos de fibras

As fibras eferentes somáticas se originam na coluna anterior da substância cinzenta da medula espinal. Elas passam pela raiz ventral do nervo espinal e são responsáveis pela inervação motora dos músculos esqueléticos.

As fibras aferentes somáticas transportam a informação sensitiva da pele, articulações e músculos para a coluna posterior da substância cinzenta da medula espinal. Essas fibras passam pelo gânglio da raiz dorsal.

As fibras eferentes viscerais são fibras autonômicas que inervam os órgãos. Elas são divididas em fibras simpáticas e parassimpáticas. As fibras simpáticas se originam dos nervos espinais torácicos, bem como de L1 e L2. Os nervos parassimpáticos vêm dos nervos espinais S2, S3 e S4 e inervam as vísceras pélvicas e abdominais baixas. Os outros nervos parassimpáticos vêm de extensões dos nervos cranianos nas cavidades torácica e abdominal.

As fibras aferentes viscerais transportam informação sensitiva pelo gânglio da raiz dorsal para a coluna dorsal da substância cinzenta da medula espinal.

Informações importantes sobre os tipos de fibras
Eferente somática Tipo: motor
Passa pela:
raiz ventral
Inerva:
músculos esqueléticos
Aferente somática Tipo: sensitiva
Passa pela:
raiz dorsal
Inerva:
pele, articulações e músculos
Eferente visceral Tipo: motora autonômica e secretora (simpática e parassimpática)
Simpática:
T1-T12, L1, L2
Parassimpática:
S2-S4
Inerva:
órgãos
Aferente visceral Tipo: sensitiva autonômica
Passa pela:
raiz dorsal
Inerva:
órgãos

Domine a anatomia dos nervos espinais com nossos artigos, videoaulas, testes e ilustrações.

Dermátomos e miótomos

Um dermátomo é uma área definida de pele que possui inervação sensitiva derivada de um nervo espinal específico. Todos os dermátomos do ombro para baixo levam informações sensitivas para o SNC através dos nervos espinais.

Os miótomos são análogos aos dermátomos, mas dizem respeito à inervação motora. Eles são responsáveis pela inervação segmentar dos músculos esqueléticos. Um exemplo disso é o músculo diafragma, que é inervado pelos nervos espinais C3, C4 e C5, que coletivamente formam o nervo frênico.

É muita coisa para aprender! Que tal uma pausa para testar seus conhecimentos e ajudar a memorizá-los?

Funções dos nervos espinais

Reflexos espinais

Um reflexo é uma resposta involuntária que ocorre de maneira subconsciente em resposta a um estímulo sensitivo. As vias reflexas são formadas por neurônios aferentes, que levam a informação sensitiva para receptores no SNC, e por neurônios eferentes, que trazem o estímulo motor de volta a um músculo ou glândula efetores. Interneurônios também estão presentes entre os neurônios aferente e eferente, na maioria dos reflexos, exceto nos mais simples.

Reflexo de estiramento

Quando um músculo é esticado ou “estirado” ele responde se contraindo. O reflexo de estiramento é um dos reflexos mais simples e é conhecido como um arco reflexo monossináptico, uma vez que não existe um interneurônio entre os neurônios aferente e eferente. Os sinais aferente e eferente são conduzidos por um único nervo espinal

Receptores de estiramento estão localizados dentro dos músculos. Eles são formados por terminações nervosas sensitivas que se fixam à região central das células musculares especializadas chamadas de fibras intrafusais. As fibras musculares intrafusais são orientadas paralelamente ao eixo longo do músculo, em grupos chamados de feixes musculares. Quando o feixe muscular é estirado, um sinal aferente é transportado pelo nervo sensitivo até o SNC. Esse nervo sensitivo faz sinapse com neurônios motores do tipo alfa, que inervam as fibras contráteis extrafusais do músculo. Além de fazerem sinapse diretamente com o neurônio motor alfa do mesmo músculo, os neurônios aferentes também fazem sinapse com os interneurônios dos músculos antagonistas, inibindo sua ação. 

Por exemplo, no reflexo patelar (reflexo do músculo quadríceps) o sinal aferente gerado pelo estiramento do tendão patelar é enviado à medula espinal, onde o neurônio aferente faz sinapse com o neurônio motor alfa do músculo quadríceps femoral. Isso faz com que o músculo se contraia. Simultaneamente, o neurônio aferente faz sinapse com o interneurônio dos músculos isquiotibiais, que são antagonistas do quadríceps, fazendo com que eles relaxem.

Reflexo flexor

O reflexo flexor é comumente chamado de reflexo de retirada e ocorre em resposta a um estímulo sensitivo nociceptivo, como a dor. Esse é um reflexo polissináptico, que envolve um ou mais interneurônios. As fibras aferentes transportam a informação cutânea sensitiva através do nervo espinal do dermátomo responsável pelo estímulo. Elas fazem sinapse com os interneurônios da substância cinzenta da medula, que então excitam os neurônios motores alfa dos músculos flexores do membro. Como isso requer uma ação coordenada de mais de um nível da medula espinal, os interneurônios distribuem o sinal. A ativação do reflexo motor em um membro que está suportando o peso do corpo também pode ocorrer para retirar o peso do membro estimulado. 

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Kim Bengochea Kim Bengochea, Universidade de Regis, Denver
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