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Tratos ascendentes e descendentes da medula espinal

Videoaula recomendada: Substância branca [37:16]
Estrutura da substância branca da medula espinhal em corte transversal.

O cérebro tem numerosas conexões com estruturas extracranianas, uma vez que funciona como o supervisor da maioria dos processos fisiológicos do corpo. A medula espinal atua como um dos principais canais através dos quais o corpo e o cérebro trocam informações, integrando os estudos de neuroanatomia. A medula espinal é a continuação caudal do tronco cerebral. Começa no forame magno e atravessa o forame vertebral até a borda inferior da primeira vértebra lombar (L1) num adulto, e a borda inferior da segunda ou borda superior da terceira vértebra lombar (L2 / L3) numa criança em crescimento.

A medula espinal tem numerosos grupos de fibras nervosas que se dirigem ou partem do cérebro. Estes foram coletivamente chamados tratos ascendentes e descendentes da medula espinal, respectivamente. Os setores são responsáveis por transportar estímulos motores e sensoriais de e para a periferia (respectivamente).

Fatos importantes
Espinotalâmico lateral Dor e temperatura
Espinotalâmico anterior Tato grosso e pressão
Coluna dorsal Vibração, proprioceção e discriminação de dois pontos
Espinocerebelar Proprioceção em articulações e músculos
Cuneocerebelar Proprioceção em articulações e músculos
Espinotectal Estímulos táteis, dolorosos e térmicos
Espinoreticular Integração dos estímulos das articulações e dos músculos na formação reticular
Espino-olivar Informação adicional para o cerebelo como uma via acessória
Corticoespinal Atividades motoras voluntárias, discretas e treinadas
Reticuloespinal Regulação para movimentos voluntários e reflexos
Rubroespinal Estimulação dos músculos flexores e inibição dos extensores
Vestibuloespinal Inibição dos músculos flexores e estimulação  dos extensores
Tectoespinal Movimentos posturais a partir de estímulos visuais

O objetivo deste artigo é dar uma visão geral dos tratos da medula espinal. Para informações sobre aspetos mais específicos de cada um dos tratos consulte os respetivos artigos.

Conteúdo
  1. O que são os tratos espinais
  2. Tratos ascendentes da medula espinal
    1. Trato espinotalâmico lateral
    2. Trato espinotalâmico anterior
    3. A coluna branca posterior: fascículos grácil e cuneiforme
    4. Trato espinocerebelar posterior
  3. Tratos descendentes da medula espinal
    1. Trato corticoespinal
    2. Trato reticuloespinal
    3. Trato tectoespinal
    4. Trato rubroespinal
    5. Trato vestibuloespinal
    6. Trato olivoespinal
    7. Fibras autonômicas descendentes
  4. Destaques
    1. Tratos ascendentes
    2. Tratos Descendentes
  5. Referências
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O que são os tratos espinais

Os tratos espinais são vias nervosas estimulatórias que transmitem informação através de potenciais de ação. A direção seguida pelos tratos ascendentes é do local do estímulo (fora do sistema nervoso central, na periferia, em um dos membros) até a área designada no cérebro. Já que o cérebro encontra-se situado no crânio, na parte superior do corpo (quando ereto), a direção é dita ascendente, através dos tratos nervosos da medula espinal. A direção dos tratos descendentes é obviamente a direção oposta.

Este artigo irá destacar primeiramente os principais tratos ascendentes da medula espinal, também conhecidos como vias somatossensitivas e músculo-articulares proprioceptivas. Vamos considerar:

  • as sensações por eles despertadas
  • quais receptores recebem o estímulo
  • a ordem dos neurônios e onde eles formam sinapses e, finalmente
  • o destino e término do trato. 

Em seguida os tratos descendentes serão discutidos da mesma maneira, iniciando-se com o nome do trato, sua origem, seu trajeto, os ramos emitidos por eles, seu destino e sua função na periferia.

Quer aprender mais sobre a medula espinal? Confira os artigos abaixo.

Deve-se mencionar que ao nível do bulbo, entre a oliva inferior e o núcleo do nervo trigêmeo, os tratos espinotectais lateral e anterior cursam juntos, em um feixe conhecido como lemnisco espinal. Além disso, todos os trajetos ascendentes mencionados abaixo emitem ramos para o sistema ativador reticular.

Corte transversal da medula espinhal - perspectiva axial

Tratos ascendentes da medula espinal

Trato espinotalâmico lateral

As sensações primárias relacionadas a esse trato são a dor e a temperatura. Os receptores que são sensíveis aos estímulos previamente mencionados são as terminações nervosas livres. A primeira sinapse é na raiz ganglionar posterior, a segunda sinapse na substância gelatinosa, e a terceira sinapse se dá no núcleo posterolateral ventral do tálamo (NPV). O destino final da informação é o giro central posterior.

Trato espinotalâmico anterior

O estímulo ou sensação pode ser um toque leve ou pressão, e os receptores responsáveis por receber essa informação são as terminações nervosas livres, de maneira semelhante ao trato espinotalâmico lateral. Desse ponto em diante, os tratos espinotalâmicos anterior e lateral cursam em conjunto e terminam na mesma destinação no cérebro.

A coluna branca posterior: fascículos grácil e cuneiforme

Esse trato é estimulado pelo toque discriminativo, vibração e propriocepção músculo-articular. Seus receptores incluem os corpúsculos de Meissner, os corpúsculos de Pacini, fusos musculares e tendões. Sua única diferença para o último trato é a sua segunda sinapse, que deriva do trato do núcleo grácil e cuneiforme.

Desafie-se sobre os tratos ascendentes da medula espinal com nosso teste abaixo:

Trato espinocerebelar posterior

O último dos tratos ascendentes é diferente dos outros, porque sua sensação emerge de uma origem anatômica diferente. Os outros tratos recebem estímulos externos de receptores na superfície da pele, enquanto o trato espinocerebelar posterior recebe a sensação de músculos e articulações, o que significa que eles ocorrem em estruturas no interior do corpo. Os receptores incluem feixes musculares, tendões e articulações do tronco e membros inferiores. A primeira sinapse ocorre na raiz posterior do gânglio, da mesma forma que outros tratos. Entretanto, essa é a única parte do trajeto que mimetiza outros tratos. A segunda sinapse ocorre no núcleo dorsal. A terceira sinapse ocorre nos pedúnculos cerebelares superior ou inferior e a sinapse final de todo o trato ocorre no córtex cerebelar.

Trato espinocerebelar posterior (verde) - perspectiva axial

Tratos descendentes da medula espinal

Trato corticoespinal

O trato corticoespinal se origina do córtex motor primário e secundário, bem como do lobo parietal, o que representa as áreas de Brodmann 4 a 6, e 3, 1 e 2, respectivamente. A maiora das fibras cruza para o lado contralateral ao nível da decussação das pirâmides e se torna o trato corticoespinal lateral, enquanto o resto se torna os tratos corticoespinais anteriores, cruzando ao nível do destino final da via. São emitidos ramos para o córtex cerebral, os núcleos da base, o núcleo rubro, os núcleos olivares e a formação reticular. No destino final da via são formadas sinapses com interneurônios e neurônios motores alfa, e assim a informação passa do sistema nervoso central para a periferia, o que por sua vez cria movimentos voluntários rápidos e habilidosos, especialmente nas extremidades distais dos membros.

Trato reticuloespinal

Se originando da formação reticular, esse trato cruza em vários níveis e se ramifica continuamente conforme as fibras descendem. Elas finalmente formam sinapses nos neurônios motores alfa e gama para produzir a iniciação ou inibição de movimentos voluntários, dos quais o hipotálamo possui controle do estímulo simpático e parassimpático.

Trato tectoespinal

O colículo superior contribui com fibras para esse trato, que cruzam rapidamente para o lado contralateral uma vez que eles são liberados, não se sabendo se eles emitem ou não ramos. Elas formam sinapses da mesma maneira que as fibras do trato reticuloespinal, e refletem movimentos posturais relacionados à visão.

Trato rubroespinal

Esse trato se inicia no núcleo rubro e imediatamente cruza para o lado oposto, antes de descender e alcançar os neurônios motores alfa e gama. O trato rubroespinal do ser humano adulto consiste de somente um pequeno número de grandes fibras mielinizadas. Sua importância clínica é incerta, mas ele aparentemente participa em assumir as funções do trato corticoespinal após uma lesão do mesmo. Ele pode também possuir papel na postura em flexão das extremidades superiores, que é tipicamente observada em lesões acima do núcleo rubro.

Para facilitar seus estudos de neuroanatomia, não deixe de conferir nossa apostila de exercícios sobre o sistema nervoso

Trato vestibuloespinal

O núcleo vestibular abriga a origem dessa via e permite que ela descenda sem cruzar ao lado oposto até que atinja os mesmos neurônios motores mencionados nos últimos dois tratos. Ele também é semelhante aos tratos tectoespinal e rubroespinal em relação à emissão de ramos. Sua função é exatamente a oposta do trato rubroespinal.

Trato olivoespinal

Esse trato é peculiar porque é um trato sobre o qual se possui menos conhecimentos. Não se sabe quais as funções esse trajeto possui, ou se ele emite ramos durante a sua trajetória descendente, ou mesmo se ele forma sinapses nos neurônios motores alfa e gama. Tudo que se sabe é que ele se origina nos núcleos olivares inferiores e que ele cruza para o lado oposto em algum lugar no tronco encefálico.

Fibras autonômicas descendentes

Essas fibras possuem várias origens, incluindo o córtex cerebral, o hipotálamo, o complexo amigdaloide e a formação reticular.

Você conhece as vias do sistema nervoso? Descubra mais sobre elas no artigo abaixo.

Elas permanecem sem cruzar ao lado oposto e formam sinapses com outros ramos nas vias que controlam estímulos simpáticos e parassimpáticos, o que permite o seu controle sobre os sistemas simpático e parassimpático.

Pronto para testar seus conhecimentos sobre a medula espinal? Confira o teste abaixo.

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Kim Bengochea Kim Bengochea, Universidade de Regis, Denver
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