Plexo braquial
O plexo braquial é uma conjugação de tecido nervoso que é constituída de fibras formadas pelos ramos ventrais das raízes dos quatro nervos cervicais inferiores e do primeiro nervo torácico (C5-C8 e T1). Seus ramos se irradiam como grandes nervos responsáveis pela inervação cutânea e motora de todo o membro superior.
Devido à complexidade desse plexo nervoso, ele foi dividido didaticamente em cinco seções anatômicas, que contém: cinco raízes, três troncos, seis divisões, três cordões e treze ramos, havendo ainda mais ou menos quatro outros ramos, quando os pequenos ramos que surgem diretamente das raízes são considerados.
Devido à sua tremenda importância funcional, a neuroanatomia e todos os constituintes do plexo braquial serão descritos neste artigo.
Hierarquia | Raízes -> troncos -> divisões -> cordões -> ramos |
Troncos | Superior (C5, C6), médio (C7), inferior (C8, T1) |
Divisões | Primeiro anterior (tronco superior + tronco médio), segundo anterior (tronco inferior), posterior (troncos superior + médio + inferior) |
Cordões | Lateral (continuação da primeira divisão anterior), medial (continuação da segunda divisão anterior), posterior (continuação da divisão posterior) |
Ramos |
Nervo musculocutâneo (sensorial: pele do antebraço anterolateral; motora: braquial, bíceps braquial, coracobraquial) Nervo axilar (sensorial: pele da parte lateral do ombro e parte superior do braço; motora: deltóide e redondo menor Nervo radial (sensorial: pele posterior do antebraço lateral e punho, braço posterior; motora: tríceps braquial, braquiorradial, ancôneo, extensores do braço posterior e antebraço) Nervo mediano (sensorial: pele de 2/3 lateral da mão e das pontas dos dedos; motora: flexores do antebraço, eminência tenar, lumbricais 1-2) Nervo ulnar (sensorial: pele da palma e lado medial da mão, dígitos 3 a 5; motora: eminência hipotenar, certos flexores do antebraço, adutor do polegar, lumbricais 3-4, músculos interósseos) |
Secções
Neste artigo serão mencionadas quatro das cinco seções, em ordem de surgimento, do ponto mais proximal ao ponto mais distal. A última seção, que trata dos ramos do nervo, será discutida separadamente abaixo, juntamente com suas regiões de inervação. Para um entendimento mais amplo sobre o sistema nervoso periférico, do qual o plexo braquial faz parte, acesse o link a seguir.
Raízes
As raízes são a primeira seção do plexo, que emerge dos ramos ventrais dos quatro últimos nervos espinhais cervicais e do primeiro nervo espinhal torácico.
Troncos
Os troncos formam a segunda seção. O tronco superior é formado pelos ramos ventrais do quinto e sexto nervos espinhais cervicais. O tronco médio vem do sétimo nervo espinhal cervical, e o tronco inferior emerge dos ramos ventrais do oitavo nervo espinhal cervical e do primeiro nervo espinhal torácico.
Divisões
As divisões são as bifurcações dos troncos, e são a terceira seção do plexo braquial. Há duas divisões anteriores e uma divisão posterior. A primeira divisão anterior é a dos troncos superior e médio, que forma o cordão lateral. A segunda divisão anterior é a do tronco inferior, que continua como cordão medial. A divisão posterior surge de todos os três troncos, e forma o cordão posterior.
Cordões
Conforme emergem dos troncos, os cordões seguem na quarta seção. Os cordões lateral, medial e posterior agora se dividem em seus ramos nervosos subsequentes, e continuam distal e inferiormente ao longo do membro superior, para inervar as várias estruturas anatômicas listadas abaixo.
Nervos do Plexo Braquial
Cada nervo irá agora ser discutido, fazendo-se referência às raízes espinhais das quais eles carregam suas fibras, as estruturas que inervam e se eles se tornam nervos cutâneos. Os nervos serão agrupados de acordo com a secção da qual eles emergem.
Ramos das Raízes
Três nervos emergem das raízes, o primeiro dos quais é o nervo escapular dorsal, que carrega fibras do quarto e quinto nervos espinhais cervicais, e inerva os músculos romboides e o músculo levantador da escápula.
O quinto ao sétimo nervos espinhais cervicais criam o nervo torácico longo, que inerva o serrátil anterior.
O nervo final das raízes é o ramo para o nervo frênico, que emerge do quinto nervo espinhal cervical.
Ramos do Tronco Superior
Dois nervos surgem do tronco superior, e são o nervo para o músculo subclávio e o nervo supraescapular, que inerva os músculos supraespinhal e infraespinhal. Ambos emergem do quinto e sexto nervos espinhais cervicais. O cordão lateral produz três nervos, todos emergindo do quinto ao sétimo nervos espinhais cervicais.
Ramos do Cordão Lateral
O cordão lateral produz três nervos que se originam do quinto ao sétimo nervos espinhais cervicais.
O nervo peitoral lateral inerva os músculos peitoral maior e peitoral menor, ao se comunicar com o nervo peitoral medial.
O nervo musculocutâneo inerva o músculo coracobraquial, o músculo braquial e o músculo bíceps braquial, antes de continuar e se tornar o nervo cutâneo lateral do antebraço.
A raiz lateral do nervo mediano fornece fibras para o nervo mediano.
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Ramos do Cordão Posterior
O cordão posterior possui cinco ramos nervosos:
- nervo subescapular superior
- nervo toracodorsal
- nervo subescapular inferior
- nervo axilar
- nervo radial
Começando com o nervo subescapular superior, que emerge da quinta e sexta vértebras cervicais e inerva a parte superior do músculo subescapular. Os últimos três nervos espinhais cervicais formam o nervo toracodorsal, também conhecido como nervo subescapular médio, que inerva o latíssimo do dorso. O nervo subescapular inferior possui as mesmas origens que o nervo subescapular superior, e inerva a parte inferior do músculo subescapular e o músculo redondo maior.
O nervo axilar se origina da quinta e sexta raízes, e é composto de dois ramos:
- o ramo anterior inerva o músculo deltoide e a pele que o recobre
- o ramo posterior inerva o músculo redondo menor e o músculo deltoide, antes de continuar como nervo cutâneo lateral superior do braço.
Finalmente, o nervo radial emerge de todas as raízes espinhais, e inerva os músculos:
- tríceps braquial
- supinador
- ancôneo
- músculos extensores do antebraço
- músculo braquiorradial
Ele então segue para se tornar o nervo cutâneo posterior do braço, que, como o nome sugere, inerva a pele da região posterior do braço.
Ramos do Cordão Medial
O cordão medial é o último lugar de onde ramos nervosos emergem, e as raízes espinhais que contribuem para esses ramos são a oitava raiz cervical e a primeira raiz torácica, com exceção da raiz medial do nervo mediano, que emerge da sexta e da oitava raízes cervicais, e contribui com fibras para o nervo mediano antes de inervar partes da mão que não são cobertas pelos nervos radial ou ulnar.
O nervo peitoral medial inerva os músculos peitoral maior e menor.
O nervo cutâneo medial do braço e o nervo cutâneo medial do antebraço inervam a porção frontal e medial da pele do braço e a parte medial da pele do antebraço, respectivamente. Eles são os únicos dois nervos do plexo braquial que servem inteiramente como nervos cutâneos.
Finalmente, o nervo ulnar, que inerva:
- músculo flexor ulnar do carpo
- dois ventres mediais do flexor profundo dos dedos
- musculatura intrínseca da mão, exceto os músculos tenares e os dois músculos lumbricais mais laterais. Ele também inerva o lado medial da mão, o primeiro dedo e metade do segundo dedo em suas faces palmares, e o primeiro, segundo e metade do terceiro dedo em suas faces dorsais.
São muitos os nervos do membro superior, não é mesmo? Para te ajudar com sua memorização, desafie-se no teste abaixo.
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Nota Clínica
Uma lesão ao plexo braquial pode causar perda da sensibilidade cutânea e da movimentação do membro superior. As regiões afetadas dependem de quais fibras nervosas foram danificadas, se a lesão foi devido a trauma ou algum tipo de infecção, e qual a altura do plexo em que ela ocorreu. Tempo e repouso são o único tratamento disponível, com um regime estrito de fisioterapia para fortalecer e recuperar a amplitude de movimento uma vez que os sintomas tenham desaparecido completamente.
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Kim Bengochea, Universidade de Regis, Denver