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Articulação talocrural

Videoaula recomendada: Articulação do tornozelo [17:48]
Ossos e ligamentos que formam a articulação do tornozelo.
Articulação talocrural - Vista lateral

A articulação talocrural, também conhecida como articulação do tornozelo, é uma articulação sinovial que conecta os ossos da perna - a tíbia e a fíbula - ao tálus, um dos ossos do pé. Essa é uma articulação complexa, formada por duas superfícies articulares, que em conjunto constituem uma articulação do tipo gínglimo (articulação em dobradiça).

A principal ação da articulação talocrural é permitir a dorsiflexão e a flexão plantar do pé, bem como certo grau de pronação e supinação, em conjunto com as articulações subtalar e transversa do tarso (articulação de Chopart). A articulação talocrural age também absorvendo o impacto do contato do calcanhar contra o solo durante as primeiras fases da marcha.

Informações importantes sobre a articulação talocrural
Tipo Articulação sinovial do tipo gínglimo (em dobradiça)
Uniaxial
Superfícies articulares Extremidade distal da tíbia
Maléolo medial da tíbia
Maléolo lateral da fíbula
Corpo do tálus
Ligamentos Ligamento colateral medial (partes tibiocalcânea, tibionavicular e tibiotalar)
Ligamento colateral lateral (ligamento talofibular anterior, ligamento talofibular posterior, ligamento calcaneofibular)
Inervação Nervo fibular profundo
Nervo tibial
Nervo sural
Vascularização Artéria tibial anterior
Artéria tibial posterior
Artéria fibular
Movimentos Dorsiflexão
Flexão plantar

Este artigo vai discutir a anatomia e a função da articulação talocrural.

Conteúdo
  1. Superfícies articulares
  2. Cápsula articular
  3. Ligamentos
    1. Ligamento colateral lateral
    2. Ligamento colateral medial
  4. Inervação
  5. Vascularização
  6. Movimentos
  7. Músculos que agem na articulação talocrural
  8. Referências
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Antes de começar a leitura, assista à videoaula abaixo para se familiarizar com as estruturas do tornozelo:

Superfícies articulares

O tornozelo é na verdade um complexo articular formado pela extremidade e maléolo medial da tíbia, o maléolo lateral da fíbula e a superfície troclear do tálus. Todas as superfícies articulares da articulação talocrural são recobertas por cartilagem hialina.

Existem três superfícies articulares na articulação talocrural:

  • A extremidade distal da tíbia se articula com a tróclea do tálus, uma superfície arredondada no aspecto superior do osso. A tróclea do tálus é convexa nas suas superfícies laterais e ligeiramente côncava nas suas superfícies anterior e posterior. A extremidade distal da tíbia tem um formato recíproco, tornando-a congruente com a superfície talar.
  • O maléolo medial, uma projeção óssea da porção distal da tíbia, se articula com a superfície medial do tálus.
  • O maléolo lateral, uma proeminência da extremidade distal da fíbula, se articula com o aspecto lateral do tálus. O maléolo lateral da fíbula está posicionado mais distalmente e mais posteriormente do que o maléolo medial da tíbia.

Os maléolos da tíbia e da fíbula, juntamente com a parte transversal do ligamento tibiofibular inferior, formam um encaixe retangular no qual a tróclea do tálus se acopla.

Domine a anatomia da articulação do tornozelo com nossas videoaulas, testes e artigos:

Cápsula articular

Proximalmente, a cápsula da articulação talocrural está conectada às margens das superfícies articulares do maléolo medial da tíbia e maléolo lateral da fíbula. Distalmente, a cápsula está conectada às margens da superfície troclear do tálus. A cápsula articular é relativamente fraca e fina, mas é fortalecida medial e lateralmente pelos fortes ligamentos colaterais, que serão discutidos abaixo. A superfície interna da cápsula é revestida por uma membrana sinovial, que se projeta na direção da articulação tibiofibular distal até o ligamento interósseo tibiofibular.

Ligamentos

Devido a sua função de suporte de carga, a articulação talocrural tem que ser estável, sem entretanto perder sua ampla mobilidade. Os ligamentos que estabilizam a articulação talocrural são os ligamentos colaterais medial e lateral.

Ligamento colateral lateral

O ligamento colateral lateral é um ligamento robusto que reforça o aspecto lateral da articulação talocrural. Ele é formado por três partes:

  • Ligamento talofibular anterior: um ligamento fraco e plano que se origina no maléolo lateral da fíbula e se estende anteromedialmente até a face lateral do colo do tálus.
  • Ligamento talofibular posterior: um forte ligamento que se estende medial e posteriormente a partir da porção distal da fossa maleolar lateral da fíbula até o tubérculo lateral do tálus. Ele também se conecta ao maléolo medial através de suas fibras tibiais. 
  • Ligamento calcaneofibular: um longo ligamento que se origina no ápice do maléolo lateral da fíbula e se estende posterior e inferiormente para se inserir no tubérculo no aspecto lateral do calcâneo.

Ligamento colateral medial

O ligamento colateral medial, também conhecido como ligamento deltoide ou ligamento deltóideo, é um forte ligamento de formato triangular que reforça o aspecto medial da articulação talocrural. Esse ligamento é importante para estabilizar a articulação durante a eversão do pé, impedindo deslocamentos da articulação (hipereversão). O ligamento colateral medial se origina do ápice e das bordas do maléolo medial. Dali, o ligamento se abre como um leque e se insere no tálus, no calcâneo e no navicular. O ligamento colateral medial é muito variável, podendo conter de 3 a 6 partes. Entretanto, o ligamento é mais comumente organizado em três partes contínuas, nomeadas de acordo com seus pontos de inserção: 

  • Ligamento tibionavicular: formado por fibras superficiais do ligamento colateral medial que descem a partir do maléolo medial para se inserirem na tuberosidade navicular. Próximo ao seu ponto de inserção, o ligamento se funde com a margem medial do ligamento calcaneonavicular plantar.
  • Ligamento tibiocalcâneo: forma a parte intermediária do ligamento colateral medial, que desce quase verticalmente a partir do maléolo medial para se inserir no sustentáculo do tálus.
  • Ligamento tibiotalar: forma a parte profunda do ligamento colateral medial. É formado por uma porção anterior e uma posterior, ambas as quais se originam do ápice do maléolo medial. O ligamento tibiotalar anterior segue inferiormente para se inserir no tubérculo medial do tálus, enquanto o ligamento tibiotalar posterior se insere na porção posterior (não articular) da superfície medial do tálus.

Aprender anatomia não é fácil, exige esforço e dedicação. Mas existem diferentes ferramentas e estratégias de aprendizagem que podem facilitar muito os seus estudos.

Inervação

A inervação da articulação talocrural é feita pelos nervos fibular profundo, tibial e sural, cujas fibras são derivadas das raízes de L4 a S2.

Vascularização

A articulação talocrural recebe seu suprimento arterial das artérias tibial anterior, tibial posterior e fibular. Essas artérias formam uma anastomose ao redor dos maléolos, que dá origem aos ramos maleolares anteriores lateral e medial, que irrigam a articulação do tornozelo. A drenagem venosa é feita através das veias correspondentes.

Movimentos

Sendo uma articulação do tipo gínglimo (em dobradiça), a articulação do tornozelo só permite a flexão plantar (flexão) e dorsiflexão (extensão), que ocorrem ao longo do eixo transversal (medial-lateral) que passa através do tálus pelo plano sagital. A amplitude de movimento da articulação do tornozelo é de cerca de 30-50° na flexão plantar e cerca de 20° na dorsiflexão.

A flexão plantar é restrita pelos músculos do compartimento anterior da perna (sobretudo pelo tibial anterior), pela parte anterior do ligamento colateral medial, pelo ligamento talofibular anterior e pela parte anterior da cápsula articular. A dorsiflexão é restrita pelos músculos do compartimento posterior da perna (sobretudo pelo gastrocnêmio e sóleo), pela porção posterior do ligamento colateral medial, pelo ligamento calcaneofibular e pela porção posterior da cápsula articular.

A flexão plantar e a dorsiflexão da articulação talocrural raramente são realizadas isoladamente, mas em conjunto com movimentos das articulações subtalar e transversa do tarso (articulação de Chopart). Isso significa que a flexão plantar é comumente acompanhada de adução e inversão, permitindo a supinação do pé, enquanto a dorsiflexão é acompanhada de abdução e eversão, permitindo a pronação do pé.

Na posição ereta, a articulação talocrural representa o ângulo de 90° formado entre a perna e o pé. Essa é a posição neutra da articulação do tornozelo, com cerca de 0-10° de flexão plantar. Como o peso do corpo age através de uma linha vertical que passa anteriormente à articulação, um forte suporte muscular é necessário posteriormente à articulação para manter a sua estabilidade e evitar que ela se incline para frente ou colapse. Esse suporte é feito principalmente pelos músculos sóleo e gastrocnêmio. A posição da articulação talocrural que garante maior estabilidade para o tornozelo é a dorsiflexão máxima.

Músculos que agem na articulação talocrural

Músculos que agem na articulação talocrural
Flexão plantar Gastrocnêmio, sóleo, flexor longo dos dedos, flexor longo do hálux, fibular longo, tibial posterior
Dorsiflexão Tibial anterior, extensor longo dos dedos, extensor longo do hálux, fibular terceiro
Inversão Tibial anterior, tibial posterior
Eversão Fibular longo, fibular terceiro, fibular curto

Os principais músculos que realizam a flexão plantar são o gastrocnêmio e o sóleo. Outros flexores plantares relevantes são o flexor longo dos dedos, o flexor longo do hálux, o fibular longo e o tibial posterior. Um fato em comum a todos esses músculos é que eles entram no pé posteriormente aos maléolos medial e lateral.

A dorsiflexão do pé na articulação talocrural é produzida pelos músculos tibial anterior, extensor longo dos dedos, extensor longo do hálux e fibular terceiro, que cruzam a articulação talocrural anteriormente.

A inversão do tornozelo é produzida pelo principal dorsiflexor do pé, o tibial anterior, bem como pelo tibial posterior, que age como um flexor plantar. A eversão do pé é produzida pelo dorsiflexor fibular terceiro e pelos flexores plantares fibular longo e fibular curto.

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Kim Bengochea Kim Bengochea, Universidade de Regis, Denver
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